terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Sobre os últimos acontecimentos no Sistema Anchieta-Imigrantes



Assessoria de Transportes da Liderança do PT na Alesp

A Serra do mar é um maciço rochoso que percorre quase todo o litoral sul e sudeste brasileiro, são 1500 quilômetros de que vai de Santa Catarina, passando pelo Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. Nessa serra está o sistema Anchieta-Imigrantes, duas rodovias que fazem a ligação do Planalto Paulista com a Região Metropolitana da Baixada Santista. É um sistema muito importante para a economia de São Paulo e do Brasil, pois é a principal via de acesso ao maior porto da América Latina, o Porto de Santos.

A Rodovia Anchieta, a SP-150, teve a primeira pista inaugurada em 1947 e a segunda em 1953. São 55 km de extensão É por onde passam os caminhões com destino ao Porto de Santos. Nessa rodovia houve um engavetamento de 300 veículos em 15 de setembro de 2011, com 30 vítimas, sendo uma fatal.
A Rodovia Imigrantes, a SP-160, teve a pista ascendente inaugurada em 1976, a pista descendente começou a funcionar em 2002. A extensão é de 58,54 km.   

O Sistema Anchieta-Imigrantes, tem ainda a SP 040/150 – Interligação Planalto, com 8 km de extensão, ligando as duas rodovias na altura do km 40. A SP059/150 – Interligação Baixada, com 1,5 km, ligando as duas rodovias na altura do km 59, com a Imigrantes na altura do km 62. A SP 248/55 – Rodovia Cônego Domênico Rangoni – Piaçaguera-Guarujá, com 30,6 km e a SP 055 – Padre Manoel da Nóbrega, com 21,60, que faz a ligação com a cidade de Praia Grande. O sistema recebe diariamente de 80 mil a 120 mil veículos.

No dia 22 de fevereiro na altura do km 52 da Rodovia Imigrantes houve um grande deslizamento de terra, atingindo 23 veículos e uma carreta, que interditou a rodovia por cerca de 30 horas.
Causa grande consternação à população os acidentes de grandes proporções que vem ocorrendo no sistema:

 28 de junho de 1977
Cerca de 150 veículos colidiram na Via Anchieta, em Cubatão, em meio a um forte nevoeiro. Foram 15 mortes no pior acidente da história do sistema. Fonte: Jornal O ESP 16/09/2011.

23 de outubro de 2002
Trinta e um veículos, entre eles 11 carretas, envolveram-se em um engavetamento na interligação Anchieta-Imigrantes no alto da serra, um trecho crítico. Fonte: O ESP 16/09/2011.

15 de agosto de 2009
Chocaram-se 14 veículos na Imigrantes, matando uma pessoa. Com a neblina, o motorista de um caminhão parou na pista com os faróis apagados. Fonte: O ESP 16/09/2011.

28 de agosto de 2010
Chocaram –se 6 automóveis,  5 carretas e uma moto, fazendo 9 vítimas, sendo uma fatal na via Anchieta. Fonte: F SP 26/11/2012.

Chama atenção pelo sistema Anchieta-Imigrantes ser considerado uma das rodovias mais modernas do país e onde ultimamente o usuário se sente inseguro, apesar de pagar uma das tarifas de pedágio mais caras do Brasil.

O sistema está sob gestão privada da concessionária Ecovias desde 1998. A tarifa paga de forma unidirecional, tanto na Anchieta quanto na Imigrantes é de R$ 21,20, o que dá uma tarifa média de 0,17 por km.

O governo de São Paulo vem afirmando que os pedágios são caros em São Paulo porque as rodovias são boas. Esse caso prova que não há relação entre preço de tarifa de pedágio, que deveria ser módica para o usuário e a qualidade e segurança das rodovias.

A Liderança da Bancada do PT está encaminhando ao governo do Estado um Requerimento de Informação para sanar algumas dúvidas quanto aos acontecimentos no Sistema Anchieta- Imigrantes, que segue: 

1 - A Ecovias é obrigada contratualmente a efetivar algum monitoramento do maciço da Serra do Mar? Ela se restringe a área de domínio do Sistema Anchieta-Imigrantes ou a todo sítio onde esta se localiza? Qual é a extensão da área de domínio sob responsabilidade da concessionária?

2 – Se sim, ela faz com meios próprios ou terceirizados? Se terceirizado, qual o nome da empresa que executa o monitoramento?

3 – Tem algum geólogo responsável pelo acompanhamento do monitoramento?

4 – O monitoramento é obrigatório nessa classe de rodovia, encravada numa serra?

5 – Houve ajuda às famílias das vítimas do deslizamento de terra na Imigrantes? Favor elencar o que foi realizado. (A família da moça que foi atingida fatalmente nesse deslizamento disse ao jornal FSP de 25/02/2013, que a Ecovias não tinha os procurado e nem ajudado em nada).

6 – Segundo usuários eles ficaram mais de 10 horas esperando o socorro que não veio. O diretor-superintendente da Ecovias José Carlos Cassaniga (Folha, 25/02/2013, p. C4)  disse que o plano emergencial da concessionária é insuficiente. Quais mudanças serão adotadas? Porque a empresa demorou tanto a tomar providências para desobstruir a rodovia?

7 – Quais mudanças no acompanhamento do maciço da Serra do Mar onde estão as rodovias Anchieta e Imigrantes?  Há riscos de novos deslizamentos?

8 – É possível fazer uma barreira de concreto na frente da escada por onde desce a água da serra, para evitar que caso ocorra outro deslizamento o material seja barrado sem ir parar na pista?

9 – É possível com monitoramento através de radar e da previsão do regime de chuva evitar que outras tragédias aconteçam?  

Um comentário:

  1. Desenvolvimento com políticas ambientais sustentáveis, não são coisas antagônicas. Qualquer pessoa com um mínimo de noções culturais sabe que investimentos em transporte, saneamento básico, urbanismo e infra-estrutura só trazem o progresso por onde passam. Os fatos refletem isto, o atual rodoanel sul não permite ligações periféricas secundárias em seu contorno, e que atravessa inúmeros mananciais, e o futuro norte estão levando em conta estas importantíssimas questões. Com todo respeito, acreditar que o único caminho viável é deixarmos do jeito que está, é no mínimo falta de informação.
    Dentre as obras do PAC, uma que deveria estar incluída e ser priorizada é ligação rodo ferroviária Parelheiros–Itanhaém, uma vez que o porto de Santos ultrapassou seu limite de saturação com filas de navios em de mais de 60 unidades, das quais podem ser avistados da Vila Caiçara em Praia Grande, além de que a Via Anchieta por ser a única via de descida permitida para ônibus e caminhões tem registrados congestionamentos e acidentes graves semanalmente, como este de hoje 22/02/2013 em que uma trompa d’agua na baixada paulista deixou o sistema Anchieta / Imigrantes em colapso, e o transito só foi restabelecido na madrugada do dia 24 seguinte, e em épocas de escoamento de safras também a Dom Domenico Rangoni (Piaçaguera–Guarujá) se torna congestionada diariamente, ao contrário da Manoel da Nóbrega, onde somente se fica com problemas em épocas pontuais na passagem de ano, ao porto de Santos, e os futuros portos de Itanhaém / Peruíbe.
    Acredito também, como munícipe, que a estrada mitigaria as condições de estagnação que as cidades vivem, com ruas sem pavimentação, ocupação desordenada do solo, entre outras. Uma ligação da cidade com a região sul da capital traria muitos benefícios, fornecendo mais opções, melhorar a qualidade de vida dos moradores da capital e baixada. Muitas pessoas voltariam a fixar na cidade, inclusive eu. A cidade poderia nos dar mais retorno frente aos impostos que pagamos. Investimentos em Parques Temáticos, Porto, Aeroporto, Ferrovia ligando com a existente, enfim muitos projetos que alavancariam a região como um todo, bem como o desenvolvimento global de toda a região.
    Enquanto outras cidades turísticas litorâneas avançam principalmente no norte fluminense, Itanhaem, Mongaguá e Peruíbe se voltam ás primitivas cidades sazonais caiçaras sem interesse em desenvolvimento e com metas e avanços financeiros presentes apenas nas mãos de alguns.
    Já passou á hora de ver nossa geração e de nossos filhos se enraizarem na região com bons empregos e educação ao invés de tentar uma melhor condição social em São Paulo, pois Santos também já ultrapassou o limite de saturação.
    Com relação Parelheiros, esta região rural situada ao sul do município de São Paulo, a região que possui uma carência de saneamento básico, ajudaria enormemente uma fiscalização, urbanização e preservação dos seus mananciais.
    Sinto que o potencial destas cidades não são utilizados, com foco noutros que beneficiam uma minoria retrógrada. Não vejo senão, o apoio irresponsável e egoísta aos interesses escusos.

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