segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Haddad propõe reembolso obrigatório no lugar do fim da taxa de inspeção veicular

Prefeito de Sâo Paulo afirma, após reunião com líderes na Câmara, que benefício será obrigatório a veículos aprovados, mas que taxa dos poluidores será mantida

São Paulo – O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), vai restringir o reembolso da taxa de inspeção veicular aos proprietários de automóveis que forem aprovados na avaliação anual. Os veículos que forem reprovados na inspeção terão o pagamento prévio, feito na ocasião do agendamento, ratificado.
Em entrevista coletiva concedida hoje (18), após encontro com vereadores de todos os partidos com representação na Câmara para discutir a nova política de inspeção veicular, Haddad afirmou que vai adotar o reembolso automático da taxa (R$ 47,44 atualmente) para os aprovados na inspeção, mas que os veículos poluidores não serão beneficiados.
A prefeitura deve encaminhar à Câmara um projeto com as novas regras, baseado, segundo o prefeito, em cinco diretrizes. A primeira é que o serviço da inspeção não precisa ser concedido como é feito atualmente à empresa Controlar. “Pode ser contratado, não é obrigatório que seja por concessão”, disse.
A segunda diretriz é que o reembolso da taxa seja obrigatório . Atualmente, os donos de veículos aprovados podem pedir restituição do pagamento e a prefeitura pode conceder até 100%.
O terceiro ponto é ampliar a inspeção para os veículos com placa de fora de São Paulo que forem constatados em tráfego na capital paulista durante 120 dias ao ano. A verificação será feita com base no mesmo mecanismo utilizado pelo sistema de rodízio vigente na cidade, por meio de câmeras e fiscalização de trânsito.
Segundo o prefeito, a ampliação da obrigatoriedade da inspeção para a frota "estrangeira" que circule em São Paulo por pelo menos quatro meses por ano tem como base uma estimativa da Secretaria de Planejamento de perda de receita.
A secretaria estima que cerca de R$ 1 bilhão referentes ao repasse do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), cobrado pelo governo estadual, deixa de entrar nos cofres da prefeitura por conta de carros que seriam emplacados em outros municípios para driblar a inspeção veicular e as multas previstas para automóveis em situação irregular.
A quarta diretriz do projeto é a contratação do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) para elaborar um plano técnico que servirá como base para a inspeção. Este plano deve definir, por exemplo, a periodicidade com que os veículos deverão ser submetidos à avaliação.
Haddad afirmou que a prefeitura se compromete a adequar sua legislação referente à inspeção veicular à legislação estadual, em tramitação na Assembleia Legislativa de São Paulo.
Disse ainda que há um entendimento jurídico de que a vigência do contrato entre a prefeitura e a Controlar, com prazo de dez anos, pode já ter terminado se se levar em conta o período, mesmo antes do início da realização da inspeção, em que a empresa já estaria atuando como contratada. O contrato foi firmado em durante a gestão do então prefeito Celso Pitta (1997-2000).
O prefeito também disse que uma das alternativas para a realização do serviço de inspeção caso o contrato com a Controlar seja considerado terminado, pode ser o credenciamento de oficinas.
O projeto que vai definir as novas regras da inspeção veicular deve ser encaminhado e a última palavra sobre o assunto ficará a cargo do Legislativo.
Um dos principais líderes da oposição, Floriano Pesaro (PSDB), afirmou hoje, após a reunião e a entrevista coletiva do prefeito, que saiu frustado do encontro com Haddad porque ele não apresentou o projeto e que o reembolso obrigatório da taxa seria injusto com os moradores da cidade que não usam transporte individual, já que o benefício a ser concedido pela prefeitura será feito com dinheiro público, cobrado de todos os moradores por meio de impostos.
Haddad insistiu que o custeio do reembolso será feito com base na verba arrecadada pela prefeitura por meio do repasse do IPVA.

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