O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), voltou a criticar a empresa Controlar, responsável pela inspeção veicular na cidade, e afirmou que não há vontade do governo estadual em implantar o sistema em outros municípios.
“A inspeção veicular foi um grande tiro no pé da cidade de São Paulo. Foi um equívoco de ponta a ponta, a começar dessa empresa, uma empresa ficha-suja. São pessoas sem o menor interesse público, pessoas que tentam obstinadamente manter esse contrato, esse caça-níquel”, disse em entrevista à rádio CBN, na manhã desta quinta-feira (21).
Na terça-feira (19) o governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou ser favorável à ampliação da inspeção veicular só para regiões metropolitanas, mas não deve, segundo aliados, usar sua influência na Assembleia para levar o tema adiante.
A cobrança que o prefeito tem feito nos últimos dias gerou desconforto no Palácio dos Bandeirantes, que vê uma tentativa de arrastar o governo do Estado para uma pauta impopular.
Procurada pela reportagem, a Controlar ainda não se manifestou sobre as declarações de Haddad.
Contratos Suspensos
Haddad afirmou ainda que contratos de várias pastas da prefeitura foram suspensos após a sua eleição, em outubro do ano passado.
A redução de recursos para obras em creches e escolas, conforme reportagem publicada hoje na Folha, também foi lembrado na entrevista à rádio.
“Quatro mil crianças estão sem aula. Elas deverão ser realocadas em escolas que estão funcionando, e as obras que estão paradas serão retomadas”, afirmou.
Sobre as escolas, a assessoria de imprensa do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) afirmou que as matrículas nas escolas em obras foram feitas para que “o atendimento fosse dimensionado” e para que fossem providenciadas a mão de obra e a infraestrutura necessárias.
A nota da assessoria de imprensa do ex-prefeito não trata dos atrasos nas entregas das unidades. Também não comenta a diminuição dos recursos para as obras no final de 2012, citada pela gestãoHaddad.
Chuvas
Segundo Haddad, seu governo priorizou nesses dois primeiros meses de gestão a preservação das vidas durante o período de chuvas. “No dia 2 de janeiro a Defesa Civil foi chamada para estruturar o serviço e evitar a perda de vidas. Das 20 pessoas que morreram, nenhuma foi na cidade, mas na Grande São Paulo”.
Ele criticou os serviços atuais da prefeitura em relação à poda de árvores. Para o prefeito, a poda não tem uma ação coordenada e a legislação ambiental deve ser simplificada, de modo que a poda de árvores condenadas não precisem passar por suas análises diferentes.
O aterramento dos fio de transmissão de energia é outro ponto que Haddad disse que precisar mudar. Ele pretende debater o assunto com a Eletropaulo, que ganhou na Justiça a desobrigação de aterrar os fios, já que o edital de venda durante privatização não previa o serviço. “As empresas foram vendidas sem os cuidados devidos”, afirmou.
Fonte: Folha de S. Paulo
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