sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Prefeitos do ABC descartam baixar tarifas e vão pedir recursos para ministra do planejamento


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prefeitos ABC
Os sete prefeitos da região do ABC Paulista se reúnem no Consórcio Intermunicipal e discutem propostas de ações para a área de mobilidade urbana. Extensões de avenidas que ligam as cidades e gerenciamento integrado de semáforos nos limites de municípios foram alguns dos assuntos debatidos. Prefeitos descartam a possibilidade de revogar os reajustes de tarifa e dizem que integração tarifária com outros modais depende da participação do Governo do Estado. Foto: Divulgação Consórcio Intermunicipal.
Prefeitos do ABC descartam baixar tarifa de ônibus
Recursos do Governo Federal devem auxiliar nas intervenções para facilitar o deslocamento entre as cidades da Região. Será elaborado um projeto básico de mobilidade em 30 dias a ser entregue à ministra Miriam Belchior
ADAMO BAZANI – CBN
Os prefeitos das sete cidades dos ABC Paulista se reuniram nesta segunda-feira, dia 04 de fevereiro de 2013, no Consórcio Intermunicipal do ABC. O tema principal do encontro, o primeiro sob a presidência de Luiz Marinho, prefeito de São Bernardo do Campo, foi a Mobilidade Urbana.
Já está na fase de propostas dos técnicos o Plano Regional de Mobilidade que visa criar ações conjuntas entre os municípios para facilitar os deslocamentos no ABC.
Uma das questões que tem levantado questionamentos por parte da população, inclusive com manifestações nas ruas, é sobre as tarifas praticadas pelos ônibus municipais.
As cidades do ABC Paulista figuram entre os municípios com a tarifa local mais cara do País. Em Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Mauá e Ribeirão Pires a passagem custa R$ 3,30. Em Diadema é de R$ 3,20 e na cidade de Rio Grande da Serra, onde ainda não houve aumento, a tarifa continua R$ 2,60.
O presidente do Consórcio, Luiz Marinho, afirmou que a discussão do valor das passagens municipais não foi feita pelo Consórcio, cabendo a decisão a cada prefeito.
Os chefes dos executivos municipais descartaram revogar os aumentos das passagens praticados recentemente.
Eles alegam que os valores já foram definidos para cobrir custos do sistema e levam em conta a possibilidade de integração com modais metropolitanos.
Em relação às integrações com outros meios de transporte, como os trens da CPTM, os ônibus e trólebus da Metra (Corredor ABD) e os ônibus intermunicipais, ainda há muito o que avançar. Não basta apenas a integração ser física, há a necessidade da complementação tarifária para reduzir o custo para o passageiro e tornar os transportes coletivos mais atraentes.
Em muitos casos, apesar de o deslocamento de carro prejudicar os índices de trânsito e poluição, para cada cidadão sai mais caro andar de ônibus do que de veículo próprio.
Neste sentido, o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, disse que deve haver uma participação maior do governo estadual. A intenção é marcar uma reunião com Secretário de Estado de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes.
“Precisamos pensar não apenas na integração do transporte municipal e intermunicipal, mas principalmente tarifária, pois queremos apresentar soluções para que o passageiro possa desembolsar menos com suas passagens”.
O prefeito de Mauá, Donisete Braga, reforçou o discurso e acrescentou que o tema mobilidade no ABC também deve ser discutido na esfera federal.
“É por isso que estamos pleiteando essa reunião com o secretário Jurandir Fernandes, uma vez que a questão envolve um benefício para toda região e precisamos trazer para o debate tanto a esfera estadual quanto a federal” – disse Donisete Braga.
PROJETO BÁSICO DE MOBILIDADE EM 30 DIAS:
Em relação à esfera federal, a expectativa dos prefeitos do ABC Paulista sobre área de mobilidade urbana está nos resultados de uma reunião com a Ministra do Planejamento Orçamento e Gestão, Miriam Belchior. Os prefeitos vão elaborar um documento para a ministra com o objetivo de o Governo Federal auxiliar os investimentos na região nesta área.
Neste projeto básico de mobilidade devem constar as principais propostas de obras, a necessidade de intervenções rápidas e os custos destas implementações.
“Nosso desafio é preparar um grande projeto básico de Mobilidade para a região em 30 dias”, anunciou o presidente do Consórcio, Luiz Marinho.
Os estudos do Plano Regional de Mobilidade devem integrar este projeto a ser entregue para a ministra.
Os secretários municipais de transportes vão analisar com urgência as prioridades do plano e sugerirem o que cada administração local pode acrescentar no documento.
Haverá uma reunião destes secretários no próximo dia 14.
Recursos do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento também devem ser usados em obras que possam interligar mais as cidades da região.
Entre as ações discutidas na Assembleia de Prefeitos estavam a extensão de avenidas entre as cidades, realização de estudos para a criação de uma gestão integrada do trânsito na região com uma central de monitoramento, operação integrada de semáforos e monitoramento nos limites dos municípios, além da implementação de ciclofaixas de lazer, contanto com empréstimo de bicicletas.
Temas como criação de mais corredores de ônibus regionais (no ABC só existe o da Metra), maior comunicação entre os sistemas de ônibus municipais já que há linhas de cidades diferentes que passam a menos de um quarteirão da outra, mas não se complementam, e a estrutura empresarial do setor de transportes no ABC não foram aprofundados.
Na próxima reunião do Consórcio, dia 04 de março, novamente a mobilidade urbana deve pautar as discussões.
MANIFESTAÇÃO:
Um grupo de estudantes, trabalhadores e movimentos sociais realizou durante o encontro dos prefeitos uma nova manifestação em frente ao Consórcio Intermunicipal.
Eles pedem revogação dos aumentos das tarifas, melhoria nas condições dos transportes e ações mais firmes do poder público para evitar a ampliação dos monopólios de transportes na região, que aumentam a influência de poucos empresários, a maior parte já arraigada no ABC, e podem limitar as ações do poder público e as fiscalizações sobre os serviços.
O Secretário Executivo do Consórcio, Luis Paulo Bresciani, e Andrea Brisida, representando o Grupo de Trabalho Mobilidade, informaram os membros do Comitê Regional de Luta Contra o Aumento das Tarifas, que compareceu à entidade, sobre a tentativa dos prefeitos de uma reunião com o secretário de estado dos transportes metropolitanos, Jurandir Fernandes.
SINCRONIZAÇÃO DE SEMÁFOROS:
Os prefeitos decidiram contratar um projeto para sincronizar os semáforos nos limites de municípios. Foram identificados 150 pontos considerados críticos nas proximidades dos limites.
O projeto deve custar cerca de R$ 500 mil e vai ser financiado pelas administrações municipais.
De acordo com nota da assessoria de imprensa do Consórcio Intermunicipal, o projeto aguardava verbas federais.
“Inicialmente, a proposta estava prevista para ser implementada a partir de emenda parlamentar do então deputado federal José De Filippi, no valor de R$ 493 mil, que aguarda liberação do governo federal desde 2012. Ao Consórcio, caberia contrapartida de R$ 40 mil. Com a decisão dos prefeitos, a sincronização será contratada, mesmo que apenas com recursos próprios da entidade. “Os pontos serão agora revisados pelas novas equipes das secretarias de Transportes, mas vamos preparar a contratação independente da emenda”, anunciou o presidente do Consórcio, Luiz Marinho.”
Na reunião, também foi anunciada a continuidade do programa Travessia Segura, que consiste em trabalhos de conscientização de motoristas e pedestres para ambos se respeitarem no espaço público, principalmente nas regiões das faixas de segurança.
O programa foi criado em 2011 e distribuiu mais de um milhão de folhetos educativos e contou com performances artísticas nas faixas de pedestres e proximidades de terminais de ônibus.
De acordo com o Consórcio Intermunicipal, até 2012, a campanha foi um dos fatores que contribuíram para a redução de 16,5% o total de acidente de trânsito com mortes e lesões na região, segundo dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública.

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