Publicado em 22/04/13 às 13h48
Sem candidatos, velho poder parte para cima de Dilma
por Ricardo Kotscho, no Balaio
Desistiram de Serra, não conseguem confiar em Aécio, ainda não descobriram qual é a de Eduardo Campos e não botam fé na sustentabilidade de Marina Silva. Sem candidatos viáveis para enfrentar Dilma Rousseff, o antigo aparato midiático-jurídico-financeiro resolveu jogar todas as suas fichas para desidratar a popularidade e combater o governo da presidente em várias frentes, após a divulgação das últimas pesquisas que apontam seu amplo favoritismo para ganhar as eleições de 2014 já no primeiro turno.
Acabou a trégua que a grande imprensa concedeu a Dilma, na esperança de desgastar a sua imagem, a do seu partido e a do seu principal cabo eleitoral, o ex-presidente Lula. no episódio do mensalão. Também não deu certo a estratégia de jogar criador contra criatura, preservando a imagem de Dilma enquanto miravam todos os seus ataques em Lula e no PT.
Nas últimas semanas, enquanto criticam a antecipação da campanha eleitoral, colocando a culpa no governo, amplos setores da mídia parecem ter adotado uma pauta única em capas de revistas, editoriais e manchetes de jornais, que consiste em mostrar a inflação fora de controle e o colapso da infraestrutura e dos serviços públicos, diante da inércia do governo.
A um ano e meio da eleição, as críticas já resvalam também para aspectos pessoais da personalidade da presidente, até das suas dificuldades para se expressar com clareza, que teria provocado a polemica em torno do aumento dos juros.
O estado d’alma dos dois principais jornais paulistas se revela nas manchetes políticas desta segunda-feira, que mostram uma estranha coincidência.
“Setor financeiro resiste a Dilma, mas aponta fragilidades de Aécio e Campos”, constata o “Estadão”, que ouviu “10 influentes integrantes do mercado sobre os principais personagens políticos do País”, sob a condição do anonimato.
“Corrida com barreiras” é a manchete da “Folha”, que conclui: “A um ano e meio da disputa, pré-candidatos à Presidência da República tentam neutralizar fragilidades e já atuam como se estivessem a poucos meses da eleição”.
A explicação está nos números que acompanham o infográfico com os problemas e as vantagens dos candidatos: no último Datafolha, Dilma tem 58% de intenções de voto; em segundo lugar, vem Marina Silva, com 16%, mas ainda sem partido, seguida por Aécio Neves, com 10%, e Eduardo Campos, com 6%. E Dilma, além da sua oceânica aliança, conta com o dobro de tempo de televisão dos seus três adversários somados.
Nem é preciso perder muito tempo lendo o noticiário sobre a corrida eleitoral, que é mais ou menos o mesmo em todas as publicações — e assim será, pelo menos até que os antigos donos do poder encontrem um candidato confiável para chamar de seu.
Até lá, Dilma vai continuar apanhando, já que não há outro jeito de mudar os resultados das pesquisas, embora esta estratégia também não esteja dando muito certo.
Sem candidatos, velho poder parte para cima de Dilma
por Ricardo Kotscho, no Balaio
Desistiram de Serra, não conseguem confiar em Aécio, ainda não descobriram qual é a de Eduardo Campos e não botam fé na sustentabilidade de Marina Silva. Sem candidatos viáveis para enfrentar Dilma Rousseff, o antigo aparato midiático-jurídico-financeiro resolveu jogar todas as suas fichas para desidratar a popularidade e combater o governo da presidente em várias frentes, após a divulgação das últimas pesquisas que apontam seu amplo favoritismo para ganhar as eleições de 2014 já no primeiro turno.
Acabou a trégua que a grande imprensa concedeu a Dilma, na esperança de desgastar a sua imagem, a do seu partido e a do seu principal cabo eleitoral, o ex-presidente Lula. no episódio do mensalão. Também não deu certo a estratégia de jogar criador contra criatura, preservando a imagem de Dilma enquanto miravam todos os seus ataques em Lula e no PT.
Nas últimas semanas, enquanto criticam a antecipação da campanha eleitoral, colocando a culpa no governo, amplos setores da mídia parecem ter adotado uma pauta única em capas de revistas, editoriais e manchetes de jornais, que consiste em mostrar a inflação fora de controle e o colapso da infraestrutura e dos serviços públicos, diante da inércia do governo.
A um ano e meio da eleição, as críticas já resvalam também para aspectos pessoais da personalidade da presidente, até das suas dificuldades para se expressar com clareza, que teria provocado a polemica em torno do aumento dos juros.
O estado d’alma dos dois principais jornais paulistas se revela nas manchetes políticas desta segunda-feira, que mostram uma estranha coincidência.
“Setor financeiro resiste a Dilma, mas aponta fragilidades de Aécio e Campos”, constata o “Estadão”, que ouviu “10 influentes integrantes do mercado sobre os principais personagens políticos do País”, sob a condição do anonimato.
“Corrida com barreiras” é a manchete da “Folha”, que conclui: “A um ano e meio da disputa, pré-candidatos à Presidência da República tentam neutralizar fragilidades e já atuam como se estivessem a poucos meses da eleição”.
A explicação está nos números que acompanham o infográfico com os problemas e as vantagens dos candidatos: no último Datafolha, Dilma tem 58% de intenções de voto; em segundo lugar, vem Marina Silva, com 16%, mas ainda sem partido, seguida por Aécio Neves, com 10%, e Eduardo Campos, com 6%. E Dilma, além da sua oceânica aliança, conta com o dobro de tempo de televisão dos seus três adversários somados.
Nem é preciso perder muito tempo lendo o noticiário sobre a corrida eleitoral, que é mais ou menos o mesmo em todas as publicações — e assim será, pelo menos até que os antigos donos do poder encontrem um candidato confiável para chamar de seu.
Até lá, Dilma vai continuar apanhando, já que não há outro jeito de mudar os resultados das pesquisas, embora esta estratégia também não esteja dando muito certo.
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