Evaristo
Almeida *
Desde a
crise da dívida externa, em 1982, o Brasil não fazia volumosos investimentos em
infraestrutura. Isso se manteve nos anos 1990, em função do fundamentalismo
neoliberal que pregava o ajuste fiscal de qualquer maneira e delegava ao
mercado as iniciativas de investimentos que não foram realizados.
O conjunto
desses fatores levou ao sucateamento da infraestrutura brasileira, aliada a
quebra de planejamento, como da extinção da Empresa Brasileira de Planejamento
de Transportes – GEIPOT.
Essa
situação dramática só começou a mudar a partir de 2005, quando o governo Lula
iniciou as ações de recuperação de rodovias e construção de ferrovias. O
dinamismo mesmo veio com Programa de Aceleração do Crescimento – PAC, em 2007,
que está resgatando a capacidade do Estado Brasileiro em implantar grandes
obras estruturantes de infraestrutura.
E o Estado
de São Paulo está sendo contemplado com esse novo ciclo de investimentos pelo
governo federal.
O maior
investimento tem sido no Rodoanel, rodovia que vai circundar a cidade de São
Paulo para direcionar o trânsito de passagem para as rodovias sem afetar o
trânsito urbano. No trecho sul do Rodoanel o governo federal repassou para o
governo paulista R$ 1,3 bilhão e no trecho norte serão mais R$ 1,72 bilhão,
totalizando mais de R$ 2 bilhões.
O governo
federal já adiantou R$ 962 milhões para o governo paulista para o trecho norte.
Outra obra
importante para o Estado é a Norte-Sul Extensão Sul que quando estiver pronta
fará a ligação de São Paulo com o Centro-oeste, Nordeste, Norte e Sul. O trecho
entre Ouro Verde em Goiás e Estrela d’ Oeste em São Paulo, terá 680 quilômetros
e será inaugurado no segundo semestre de 2014. O custo desse trecho da obra
excede os R$ 2 bilhões.
Em seguida
haverá a construção do segundo trecho da Estrada de Ferro Norte Sul em solo
paulista ligando Estrela d’ Oeste a Panorama, com 260 quilômetros de extensão. Em
panorama encontrará com um ramal que a ligará ao Mato Grosso do Sul, chegando
até Dourados. Esse trecho conectado ao
ramal paulista que passa por Tupã deverá escoar a produção de grãos do
Centro-Oeste para o Porto de Santos, reduzindo muito os custos de frete.
Depois a
Ferrovia Norte-Sul seguirá rumo ao Paraná, passando por Santa Catarina e
finalmente terminando no Porto do Rio Grande, no Rio Grande do Sul. No Norte
atingirá Vila do Conde, em Belém, no Pará, se constituindo na primeira ferrovia
de integração nacional.
A antiga
malha, mais a leste também será recuperada, com bitola larga, ficando São Paulo
com duas ligações ferroviárias com o Rio Grande do Sul.
No modal
ferroviário ainda em São Paulo o governo federal vai construir o Ferroanel, que
facilitará a transposição das cargas pela região metropolitana, dando mais
eficiência e agilidade. A obra do tramo norte e sul está orçada em R$ 1,6
bilhão.
O Trem de
Alta Velocidade – TAV, um investimento de R$ 33 bilhões que vai ligar Campinas,
São Paulo e Rio de Janeiro, dando um novo paradigma para transporte ferroviário
de passageiros no Brasil. Será implantado até 2020.
O governo
federal vai repassar R$ 900 milhões do Orçamento Geral da União para o governo
paulista tornar navegável a Hidrovia Tietê Paraná até Artemis em Piracicaba.
Essa obra é muito importante, pois a hidrovia atualmente é subutilizada,
transporta apenas um quarto da sua capacidade e será potencializada para
transportar 20 milhões de toneladas anualmente. O transporte hidroviário é o
mais barato e o que afeta menos o meio ambiente. E 93% das cargas paulistas são
feitas por rodovia.
Os aeroportos
sob gestão federal estão passando por uma remodelação total que visa atender ao
povo brasileiro que gostou de usar o modal aéreo. No aeroporto de Viracopos em
Campinas, serão investidos R$ 9,9 bilhões até o final do ciclo, com a
construção de um novo terminal de passageiros e a construção de três novas
pistas. A capacidade do aeroporto será de 90 milhões de passageiros ao ano, o
mesmo de Atlanta nos Estados Unidos, que atualmente é o maior do mundo.
No Aeroporto
de Cumbica no ano passado passaram 32 milhões de passageiros. É o maior
aeroporto do país. O governo federal antes de concedê-lo construiu o terminal
de passageiros número quatro e deixou a terraplanagem pronta para o terminal
três. Os investimentos previstos são da ordem de R$ 5,2 bilhões. Será
construído o terminal três, a ampliação e melhora das pistas. A capacidade do
aeroporto será aumentada para 50 milhões de passageiros ao ano, o que o
colocaria atualmente entre os dez maiores aeroportos do mundo.
As três rodovias
federais que foram concedidas em São Paulo trouxe a implantação de um novo
modelo de concessão rodoviária. Ao mesmo tempo em que se prevêem investimentos,
houve preocupação com a modicidade tarifária. Essas rodovias são as mais
baratas do Brasil.
Na Rodovia
Regis Bittencourt, que liga São Paulo a Curitiba, trecho da BR 116, estão
previstos investimentos de R$ 3,3 bilhões. Essa rodovia já passou por um
processo de recuperação o que reduziu bastante o índice de acidentes. O
investimento mais importante é a duplicação da Serra do Cafezal. Desde a
duplicação da rodovia no final dos anos 1990, esse trecho de 30 quilômetros
ficou parado por causas ambientais. Só no ano de 2012 é que finalmente se
conseguiu o EIA-RIMA, primeiro parcial, para duplicação de 11 quilômetros, que
já estão quase prontos e depois para o trecho da serra, com 19 quilômetros, que
terão oito quilômetros de túneis e dois de pontes e viadutos. A obra custará R$
700 milhões e a previsão é que fique pronta até 2017. O conceito dessa rodovia
segundo a Confederação Nacional dos Transportes – CNT é “bom”.
A Rodovia
Fernão Dias Pais, BR 381, que liga São Paulo a Belo Horizonte, tem o pedágio
mais barato do Brasil. Estão previstos investimentos de R$ 3,4 bilhões nesse
trecho, sendo que R$ 812,7 bilhões já foram gastos. O conceito dessa rodovia
segundo a CNT é “ótimo”.
Na
Transbrasiliana BR 153 que corta o
Estado de Paulo longitudinalmente, serão 340 quilômetros de novos acostamentos,
além da recuperação do pavimento. O conceito é da CNT é “bom”.
O Porto de
Santos é o maior do Brasil e também foi contemplado com muitos investimentos. A construção da perimetral da
margem direita já reduziu bastante os congestionamentos em Santos. Os recursos
foram do PAC, assim como da perimetral da margem esquerda em Guarujá que está
quase pronto. O canal também passou por um desassoreamento que possibilita que
navios de maior calado possam trafegar por ele, aumentando a produtividade. E está
em estudo o mergulhão, que ligará a margem direita a margem esquerda do porto,
reduzindo em 40 quilômetros o percurso dos caminhões.
O governo
federal tem realizado a modernização da gestão do porto e a medida anunciada
recentemente do trabalho ininterrupto 24 horas por dia, vai aumentar a
capacidade em 25% do manuseio de cargas.
Outra obra
importante foi a ponte sobre o rio Paraná ligando as cidades de Paulicéia em
São Paulo e Brasilândia em Mato Grosso do Sul. A obra era pedida pela população
há mais de 40 anos, possui 1,7 quilômetro de extensão e custou R$ 165 milhões,
sendo 65,61 do governo federal.
O governo
federal ainda deu aval de crédito de R$ 11 bilhões para que o Estado de São
Paulo possa investir na Hidrovia Tietê-Paraná, no Rodoanel, recuperação e
duplicação de rodovias, entre outros.
Isso tudo
mostra que o Brasil entrou numa nova fase de desenvolvimento social e econômico
implantado a partir de 2003. Todos os investimentos feitos pelo governo federal
em infraestrutura no Estado de São Paulo darão uma nova dinâmica ao
desenvolvimento paulista.
É a
presidenta Dilma Rousseff, que assim como o presidente Lula, está cuidando da
melhoria de vida do nosso povo.
*Mestre em Economia Política,
Assessor de Transportes da Bancada do PT na ALESP, Coordenador do Setorial
Nacional do PT
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