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Solução do trânsito e poluição não é problema técnico
Para especialista em poluição da USP, investimentos em transportes públicos podem até mesmo evitar que pessoas percam a vida.
ADAMO BAZANI – CBN
O investimento em transporte público, priorizando espaço para ônibus em corredores e metrô, não é só uma ação em prol da mobilidade, mas também da manutenção e até mesmo preservação de milhares de vidas por ano.
É o que defendeu o professor Paulo Saldiva, coordenador do Laboratório de Poluição Atmosférica da Universidade de São Paulo, em entrevista na manhã desta quarta-feira, dia 24 de abril, aos apresentadores do CBN – São Paulo, Pétria Chaves e Thiago Barbosa, da Rádio CBN.
Considerado um dos maiores especialistas em todo o mundo sobre os impactos da poluição na qualidade de vida das cidades, Paulo Saldiva foi enfático ao dizer que São Paulo e a Região Metropolitana sofrem por causa da poluição simplesmente por uma questão de escolha, que precisa ser mudada.
“Há muito tempo São Paulo optou por ser uma cidade para carros e não para pessoas. E hoje são as pessoas que sofrem numa política de mobilidade que precisa urgentemente ser alterada. Vejo o transporte coletivo como uma das principais soluções para os problemas de qualidade de vida causados pela poluição devido ao excesso de veículos” – disse.
Saldiva acrescentou ainda que a solução para o trânsito e da poluição não é impedida por problemas técnicos, mas por falta de vontade política que ocorre há anos.
“O Brasil produz ônibus elétricos, híbridos, com motor diesel que polui menos. Em relação a sistemas, há modelos de corredores eficientes brasileiros que vemos mais fora do País do que por aqui”.
O especialista defendeu a ampliação de corredores de ônibus, inclusive com tecnologia limpa, como com veículos elétricos, mas corredores que apresentem eficiência, com pontos de ultrapassagem, pagamento da tarifa antes do embarque, para que possam atrair as pessoas que só se locomovem de carro pelas cidades.
Saldiva comentou o dado da CETESB apontando que São Paulo e Região Metropolitana bateram recorde de poluição no ano passado. Para ele, esse é apenas um dos frutos da priorização do carro no espaço urbano.
“Os números são alarmantes, ao menos 4 mil pessoas morrem por ano em São Paulo por causa da poluição. Se formos levar em consideração os gastos em saúde pública, são US$ 120 milhões por ano em problemas decorrentes da poluição. Com isso dá para construir um hospital por ano em São Paulo ou na região Metropolitana”.
Saldiva diz que os transportes públicos também aumentam a qualidade de vida no combate a um grande problema dos dias de hoje: o sedentarismo.
Normalmente quem possui carro já entra no veículo na garagem de casa e sai dele na garagem do trabalho ou estacionamento da escola e faculdade.
“Quem anda de transporte público, na ida e na volta, chega a caminhar 4 quilômetros por dia, ou 350 calorias a menos. Além disso, é bom para a saúde mental. No ônibus e no metrô, as pessoas não se isolam, precisam se socializar” – complementou o professor.
Saldiva diz que os corredores de ônibus são soluções acessíveis financeiramente e tecnicamente a qualquer cidade. Basta ter um posicionamento político em prol do coletivo
Para especialista em poluição da USP, investimentos em transportes públicos podem até mesmo evitar que pessoas percam a vida.
ADAMO BAZANI – CBN
O investimento em transporte público, priorizando espaço para ônibus em corredores e metrô, não é só uma ação em prol da mobilidade, mas também da manutenção e até mesmo preservação de milhares de vidas por ano.
É o que defendeu o professor Paulo Saldiva, coordenador do Laboratório de Poluição Atmosférica da Universidade de São Paulo, em entrevista na manhã desta quarta-feira, dia 24 de abril, aos apresentadores do CBN – São Paulo, Pétria Chaves e Thiago Barbosa, da Rádio CBN.
Considerado um dos maiores especialistas em todo o mundo sobre os impactos da poluição na qualidade de vida das cidades, Paulo Saldiva foi enfático ao dizer que São Paulo e a Região Metropolitana sofrem por causa da poluição simplesmente por uma questão de escolha, que precisa ser mudada.
“Há muito tempo São Paulo optou por ser uma cidade para carros e não para pessoas. E hoje são as pessoas que sofrem numa política de mobilidade que precisa urgentemente ser alterada. Vejo o transporte coletivo como uma das principais soluções para os problemas de qualidade de vida causados pela poluição devido ao excesso de veículos” – disse.
Saldiva acrescentou ainda que a solução para o trânsito e da poluição não é impedida por problemas técnicos, mas por falta de vontade política que ocorre há anos.
“O Brasil produz ônibus elétricos, híbridos, com motor diesel que polui menos. Em relação a sistemas, há modelos de corredores eficientes brasileiros que vemos mais fora do País do que por aqui”.
O especialista defendeu a ampliação de corredores de ônibus, inclusive com tecnologia limpa, como com veículos elétricos, mas corredores que apresentem eficiência, com pontos de ultrapassagem, pagamento da tarifa antes do embarque, para que possam atrair as pessoas que só se locomovem de carro pelas cidades.
Saldiva comentou o dado da CETESB apontando que São Paulo e Região Metropolitana bateram recorde de poluição no ano passado. Para ele, esse é apenas um dos frutos da priorização do carro no espaço urbano.
“Os números são alarmantes, ao menos 4 mil pessoas morrem por ano em São Paulo por causa da poluição. Se formos levar em consideração os gastos em saúde pública, são US$ 120 milhões por ano em problemas decorrentes da poluição. Com isso dá para construir um hospital por ano em São Paulo ou na região Metropolitana”.
Saldiva diz que os transportes públicos também aumentam a qualidade de vida no combate a um grande problema dos dias de hoje: o sedentarismo.
Normalmente quem possui carro já entra no veículo na garagem de casa e sai dele na garagem do trabalho ou estacionamento da escola e faculdade.
“Quem anda de transporte público, na ida e na volta, chega a caminhar 4 quilômetros por dia, ou 350 calorias a menos. Além disso, é bom para a saúde mental. No ônibus e no metrô, as pessoas não se isolam, precisam se socializar” – complementou o professor.
Saldiva diz que os corredores de ônibus são soluções acessíveis financeiramente e tecnicamente a qualquer cidade. Basta ter um posicionamento político em prol do coletivo
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