sexta-feira, 12 de abril de 2013

As diferentes culturas entre Europa e Brasil


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Citaro Euro 6
Diferentemente do Brasil, operadores europeus antecipam compras de veículos com novas tecnologias de restrição à poluição. Empresários brasileiros procuraram fugir de veículos menos poluentes. Foto: Mercedes Benz
“Euro 6” já ganham as ruas na Europa
Enquanto no Brasil houve resistência na mudança de tecnologia, na Europa, operadores se antecipam ao prazo estipulado pelas leis locais
ADAMO BAZANI – CBN
A diferença de cultura entre operadores de transportes no Brasil e na Europa é grande.
Isso é possível ver na postura das empresas públicas ou empresários privados em relação às tecnologias não poluentes.
Enquanto no Brasil, a fase Euro IV foi pulada por reclamações de transportadores tanto de cargas como de passageiros e a entrada em vigor das normas de restrição à poluição baseadas no Euro V foi trabalhosa, com empresários antecipando as compras das últimas unidades do Euro III, mais poluentes e mais baratos, na Europa, as empresas de ônibus já estão adquirindo veículos com tecnologia Euro VI. Só que um detalhe importante deve ser ressaltado: por lá, em diversas nações, a produção e uso dos ônibus com menores emissões só serão obrigados a partir de 31 de dezembro deste ano.
As condições de operações entre Brasil e Europa são diferentes, não se pode negar. As vias são melhores na Europa e os custos de manutenção por conta de dificuldades de operação são menores. Os transportes públicos também recebem mais investimentos e prioridade das administrações locais e nacionais. Além disso, o salto tecnológico entre os padrões Euro V para Euro VI é menor que do Euro III para Euro V, mas na Europa não se queimou uma etapa, como no Brasil.
No entanto, não se pode negar que o perfil do empresário de ônibus no Brasil é conservador e que, se possível, muitos donos de empresas ainda querem operam com o mínimo de investimento possível.
Além disso, na Europa, muitas operadoras são públicas, algo raro no Brasil.
Mesmo assim, a cultura de investimentos é diferente, inclusive nas poucas empresas públicas brasileiras, que em geral, apresentam dificuldades financeiras.
Na Basiléia, por exemplo, a empresa suíça BLT – Basseland Transport – se tornou a primeira empresa do País a operar com estes veículos menos poluentes.
Para se ter uma ideia dos ganhos ambientais da tecnologia Euro 6, a poluição emitida por ônibus e caminhões que seguem estas normas é 95% menor que as emissões de materiais particulados da tecnologia Euro I, implantada há cerca de 20 anos.
A empresa comprou nove veículos Citaro, da Mercedes Benz, de 12 metros. De acordo com a Mercedes, o modelo apresenta um consumo menor de combustível.
Para abrigar os novos equipamentos tecnológicos que permitem as reduções de poluição, a carroceria do veículo foi reformulada e usa materiais mais leves, como fibra de vibra, comprometendo menos o peso total do veículo.

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