quarta-feira, 10 de abril de 2013

O Caos Metroferroviário de São Paulo


Assessoria de Transportes e Mobilidade Urbana da Liderança da Bancada do PT na ALESP

O sistema metroferroviário de São Paulo é constituído por três empresas, a Companhia Metropolitana de São Paulo – Metrô, a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos - CPTM e a Estrada de Ferro Campos do Jordão – EFCJ, todas sob gestão da Secretaria dos Transportes Metropolitanos – STM.

O sistema metroviário de São Paulo tem 74,3 quilômetros de extensão, 64 estações e transporta 4,5 milhões de passageiros por dia. São três linhas completas, a L1-Azul, a L2- Verde e a L3-Vermelha e duas linhas incompletas, a L4-Amarela e a L5- Lilás. No metrô de São Paulo há duas operadoras, a CMSP, estatal e a Via Quatro, operadora da L4 – Amarela privada.

Entre as grandes capitais, São Paulo é a que tem a menor rede metroviária do mundo.  A maior extensão é a do metrô de Xangai com 434 quilômetros, 11 linhas e 278 estações.
Mesmo metrôs latino-americanos estão à frente do de São Paulo. O Metrô da Cidade do México, que começou junto com o paulista e tem 201 quilômetros, 12 linhas e 195 estações. O Metrô de Santiago do Chile tem 103 quilômetros de extensão, 5 linhas e 101 estações. Com a construção das linhas 3 e 6 já iniciadas,  Santiago terá 140 quilômetros de extensão metroviária com 136 estações e transportará 2,7 milhões de passageiros por dia. O PIB do Chile é menor do que o de São Paulo.

A falta de investimento na expansão das linhas e o aumento da demanda, dado que a Região Metropolitana de São Paulo, de 2003 a 2011, criou cerca de dois milhões de empregos, além do contingente que veio com a integração do Bilhete Único, fez com que as linhas ficassem superlotadas, superando os 10 passageiros por metro quadrado, como é o caso da L3 – Vermelha. A Comunidade de Metrôs, que agrega 11 sistemas do mundo, considera o Metrô de São Paulo, o mais lotado do mundo, com 10 milhões de passageiros por quilômetro instalado.

Além das inúmeras panes que afligem o paulistano diariamente, em maio de 2012, pela primeira vez houve um acidente operacional, ocasionando vítimas, quando dois trens se chocaram na Estação Carrão da L3 – Vermelha.

Quanto a CPTM, que herdou uma malha centenária, a maioria construída no século XIX, vem passando por um processo muito lento de modernização.
São 260 quilômetros operacionais que atendem 22 cidades (3 no Aglomerado Urbano de Jundiaí), com 6 linhas e 89 estações que transportam diariamente cerca de 2,5 milhões de passageiros.

As panes, a exemplo da que parou as seis linhas no dia 6 de abril último quando o Centro de Controle Operacional teve um princípio de incêndio, são quase diárias na Companhia, afetando toda a Região Metropolitana de São Paulo. Em 2011 cinco ferroviários foram mortos enquanto trabalhavam nas linhas 8 - Diamante e 11 – Coral da CPTM. Nesse mesmo ano houve duas colisões, uma na linha 8 – Diamante, em que três pessoas ficaram feridas e a segunda na linha 7 – Rubi, em que 51 pessoas feridas.

Houve falta de planejamento para a CPTM, que assim como o Metrô, teve um aumento exponencial de demanda. As reformas das estações atrasaram, assim como a implantação dos sistemas de sinalização, do sistema aéreo de tração, da via permanente, das subestações de energia, entre outros.
O resultado é a superlotação dos carros e panes que chegam até a parar o sistema como um todo, fato inusitado.

A Estrada de Ferro Campos do Jordão passou para a gestão da STM em 2011. Infelizmente em novembro de 2012, um bonde turístico que fazia a ligação de Pidamonhagaba e Campos do Jordão descarrilou numa curva, matando três pessoas e ferindo outros 39 passageiros.
O PSDB está no governo de São Paulo desde 1995. Nesses mais de 17 anos, os tucanos não foram capazes de implantar uma rede metroferroviária que  assegure segurança, conforto e previsibilidade  para os paulistas que moram na Região Metropolitana de São Paulo nem nas demais regiões do Estado.

A ligação com a Região Metropolitana de Campinas, com o Expresso Bandeirante, prevista para 2007, pelo Plano Plurianual 2004-2007 do Alckmin, não saiu do papel. O Trem de Guarulhos e o Expresso ABC previstos para início operacional em 2010, ainda estaõ em projetos. O VLT de Santos também previsto para 2010, não saiu do papel; assim como ligações da Capital com Sorocaba, Santos e outras regiões do Estado que precisam de transporte de alta capacidade e qualidade.

Isso atesta que a tal falada capacidade de gestão dos tucanos, quando confrontados com os fatos é apenas propaganda eleitoreira. Podemos pegar outras áreas como segurança pública, educação e saúde e os resultados não serão diferentes. 

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