Para trafegar pelos 64,5 km da via Anchieta ou 58,5 km da Imigrantes, por exemplo, o usuário vai continuar desembolsando R$ 21,20. As concessionárias também não ficarão sem a remuneração adicional a que têm direito. O reajuste de 6%, na verdade, vai sair dos cofres estaduais
Os pedágios nas rodovias paulistas, administradas por 19 concessionárias, não terão aumento de preços em 1º de julho. O reajuste foi cancelado. Mesmo sem o reajuste, o pedágio cobrado nas rodovias Anchieta e Imigrantes continua sendo o mais alto do país, com valor de R$ 21,20.
Em 1° de julho de 2012, as tarifas na Anchieta-Imigrantes foram reajustadas em 4,26%. Antes, o pedágio era de R$ 20,10.
Medida populista
Para o deputado Alencar Santana Braga , membro da comissão de Transportes da Assembleia Legislativa, a medida, além de populista, é política. “Não foi uma decisão técnica e tem claro objetivo de jogar a notícia para a plateia, sem ter medidas efetivas que desonerem o custo do transporte no Estado. Ele ficou acuado com as manifestações”, afirmou.
Braga ainda criticou o valor dos pedágios. “O governo deve reduzir os preços abusivos que são cobrados e que impedem o direito de ir e vir da população. No caso da Anchieta e Imigrantes, o fluxo de veículos é enorme e o valor do pedágio deveria ser muito menor”, afirmou. A Bancada do PT na Assembleia promete cobrar a diminuição dos pedágios.
Concessionárias serão compensadas
Na prática, o governo do Estado impediu que o reajuste nas tarifas - previsto em contrato - chegue diretamente ao bolso dos usuários das rodovias, mas as concessionárias não ficarão sem a remuneração adicional a que têm direito. O reajuste de 6%, na verdade, vai sair dos cofres estaduais.
A mais afetada seria a CCR, que administra rodovias como as do Sistema Anhanguera-Bandeirantes. Segundo cálculos da equipe de economistas do Valor Data, a empresa deixaria de arrecadar quase R$ 250 milhões, tomando como base 2012 (relatório anual mais recente disponível). Considerando todas as concessionárias do Estado, o "rombo" se aproximaria de R$ 500 milhões em um ano, segundo cálculos de Karla Bertocco Trindade, diretora-geral da Artesp (agência paulista reguladora do setor).
O "buraco" vai ser tampado pelos cofres estaduais por meio de quatro contrapartidas. Entre as ferramentas elaboradas pelo governo, está a diminuição de arrecadação pública com o faturamento das empresas. O valor embolsado pelo Estado, que correspondia a 3% da receita bruta anual da concessionária, vai baixar a 1,5%. Outro mecanismo é um desconto nas multas quando a concessionária atrasar obras do cronograma.
*com informações dos jornais ABCD Maior e Valor Econômico
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