Se mantidas as taxas de crescimento de 5% dos últimos anos, os portos brasileiros terão que aumentar sua capacidade de atendimento de 650 milhões de toneladas por ano, em 2012, para 900 milhões em 2017.
O alerta foi feito pelo presidente da autoridade portuária de São Francisco do Sul, Paulo César Corsi, que participou da reunião da Câmara de Transporte e Logística da Federação das Indústrias de Santa Catarina, a FIESC, realizada na última quarta (29), em Florianópolis. O acréscimo de 40%, ou 32 milhões de toneladas por ano, equivale a um porto de Santos a cada triênio.
“A solução passa pelo maior investimento, mas não apenas em portos. É preciso aprimorar toda a cadeia logística, incluindo vias de acesso e armazéns”, defendeu Corsi, durante sua apresentação sobre eficiência portuária. O presidente ainda enfatizou o fato do setor portuário ser responsável por 95% do volume do comércio exterior do Brasil.
Para garantir a qualidade do serviço, um dos grandes desafios é manter a profundidade adequada ao tamanho do calado dos navios. Para isso, é preciso ações constantes de dragagem (retirada da areia excedente, que provoca o assoreamento).
O assunto foi tratado pelo diretor do Departamento de Desempenho Operacional da Secretaria Especial de Portos do governo federal, Marcelo Werner Sales, que apresentou o Plano de Dragagem dos Portos Brasileiros. Nele estão previstos investimentos de R$ 477 milhões para ações de manutenção do calado dos três portos públicos ou híbridos de Santa Catarina (Itajaí, Imbituba e São Francisco do Sul), nos próximos 10 anos.
O processo, no entanto, exigirá esforços extras devido a um problema global do setor: a falta de padrões estáveis do tamanho-médio dos navios. A dificuldade reside no fato das empresas armadoras preferirem embarcações cada vez maiores como forma de reduzir custos. Mas os projetos não conseguem acompanhar as rápidas mudanças de parâmetros. “Há dez anos, Itajaí embarcava 18 mil contêineres por mês. Hoje, um só navio já tem essa capacidade”, explica Sales.
A MP dos Portos, que atualmente aguarda a sansão presidencial, também foi comentada na reunião. “Houve críticas sobre o fato de muitas atribuições se concentrarem no governo federal, tirando o poder das autoridades portuárias”, relata o presidente da Câmara de Transporte e 1º vice-presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar.
Fonte: Portos e Navios
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