quarta-feira, 19 de junho de 2013

Para o debate sobre tarifas de ônibus em São Paulo


Evaristo Almeida*

As tarifas de ônibus em São Paulo em 1995 custavam R$ 0,65. Naquele ano o salário mínimo foi para R$ 100,00. Um trabalhador que ganhava um salário mínimo na época podia comprar 153 tarifas.

As tarifas foram reajustadas em junho de 2013 para R$ 3,20. O salário mínimo a partir de janeiro desse ano foi reajustado para R$ 678,00. Em termos de poder de compra o salário mínimo é equivalente a 211 tarifas, ou 37% a mais do que comprava em 1995.

A variação do salário mínimo nesse período foi de 578%, enquanto as tarifas sofreram reajuste de 392,30%.

As tarifas na Capital sofreram um reajuste acima da inflação, pois no período 1995 a maio de 2013, o IPCA variou 264,63%. O mesmo processo aconteceu nas passagens do Metrô, que também foram reajustadas acima da inflação.

Mas no período em que o Partido dos Trabalhadores foi governo na cidade de São Paulo, no governo da prefeita Marta Suplicy, o reajuste tarifário ficou abaixo da inflação.

No ano 2001, a prefeita assumiu a cidade com tarifa de R$1,25, reajustado em 1999, no governo de Celso Pitta. Em dezembro de 2004, quando entregou a Prefeitura, a tarifa era de R$ 1,70, reajustada em 2003. O aumento tarifário das passagens municipais no governo do PT foi de 36%. A inflação entre janeiro de 2001 e dezembro de 2004 foi de 42,49%, ou seja, as passagens foram reajustadas abaixo da variação do IPCA.

O governo Serra/Kassab, pegou a tarifa em R$ 1,70, no ano de 2005 e entregou em R$ 3,00, em 2012. Reajustaram a tarifa em 76,47% no período. O IPCA entre janeiro de 2005 e dezembro de 2012, foi de 50,17%, ou seja, aumentaram a tarifa acima da inflação.

Além de ter reajustado a tarifa abaixo da inflação o governo da prefeita Marta Suplicy implantou o Bilhete Único que garantiu a milhões de cidadãos da capital o direito de ir e vir, pois mudou o conceito de tarifa que era por viagem para temporal.

Esse conceito barateia bastante as viagens, pois os passageiros podem fazer vários percursos, pegando vários ônibus no tempo adquirido.

Além disso, foram construídos 70 quilômetros de corredores de ônibus e reformados outros 50 quilômetros, o que melhorou a velocidade dos ônibus municipais.

Infelizmente o Interligado que foi o projeto deixado pela gestão do PT não foi terminado, com a construção de mais corredores de ônibus, terminais, estações de transferência e melhora do sistema. O cronograma previsto era para ser finalizado em 2008 e pouco foi feito no período do governo anterior na capital.

Agora em 2013 é que estamos retornando a construção de corredores de ônibus, no conceito BRT (Bus Rapid Transit) ou trânsito rápido de ônibus, novos terminais de ônibus e outras melhorias.

O debate sobre mobilidade urbana, principalmente o preço das tarifas de ônibus está colocado, esses dados são apenas mais um ingrediente para reflexão sobre o tema.  

Evaristo Almeida – Mestre em Economia Política, Assessor da Liderança do PT na ALESP e Coordenador do Setorial Nacional de Transportes do PT


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