quarta-feira, 5 de junho de 2013

Até 2021, indústria automotiva nacional produzirá mais de 5 milhões de carros por ano

Para o especialista em transporte, Luiz Senna, a demanda é grande para comportar uma infraestrutura rodoviária ineficiente
Foto: Reprodução
A projeção do crescimento da indústria automotiva nacional em cerca de 25% nos próximos anos preocupa especialistas em transportes. Em 1991, foram produzidos 960 mil veículos no Brasil; hoje a produção anual é de 4 milhões e, segundo a Associação dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), nos próximos anos essa produção poderá chegar a 5 milhões.
Segundo o professor da Universidade do Rio Grande do Sul (UFRGS), Luiz Senna, o crescimento da frota é dramático se comparado a infraestrutura rodoviária urbana existente. “Há insuficiência em todas as áreas (não só a rodoviária), já que o país perdeu muito tempo para voltar a investir”, disse.
Para ele, o problema aparece com a limitação da infraestrutura. “Temos ruas e avenidas em âmbitos urbanos que não fora ampliadas ao longo do tempo. Então, temos o reflexo desse desequilíbrio entre a demanda por capacidade e a oferta limitada causando congestionamentos.”
Senna explica que o crescimento da indústria automobilística é inevitável. “Há uma classe média ascendente chegando, e parte do “Kit” dessa população é ter um carro. Se não produzirmos automóveis vamos comprar no exterior e esse é o dilema. Agora, querer condenar essa nova classe média a não ter carros para que a velha classe média continue andando por vias não congestionadas, eu diria que no mínimo é uma injustiça.”
Pré-sal
De acordo com o professor, com o desenvolvimento do pré-sal, 60% do petróleo explorado será destinado para o transporte. “Não  há como dissociar esse movimento que está acontecendo com o consumo e boa parte não é para vender para o exterior, mas é para no primeiro momento atender o mercado interno.”
Jovens
“Os jovens de hoje têm menos interesse pelos carros. E o que a indústria está fazendo? Produzindo carros mais sustentáveis ambientalmente, consumindo petróleo de uma maneira mais eficiente e menos poluente, e investindo em outros tipos de combustíveis”, disse Senna se referindo as últimas pesquisas realizadas. A General Motors realizou uma pesquisa com jovens nascidos entre 1981 e 2000, e  descobriu que esse público está cada vez mais desinteressado pelos carros e pela cultura automotiva.
Agência T1, Por Bruna Yunes

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