Após formarem filas de até 22 km na semana passada, os caminhões que seguem para os terminais da margem esquerda do Porto de Santos, no Guarujá, encontram nesta quarta-feira cerca de 6 km de congestionamento na Rodovia Cônego Domênico Rangoni.
A aparente redução no tráfego deve-se à separação entre os caminhões graneleiros e os conteineiros e cegonheiros em duas filas distintas, medida que foi implementada no último domingo pela Polícia Militar (PM) e pela Associação Comercial e Empresarial do Guarujá (ACEG).
A orientação é que os graneleiros prossigam em fila pelo acostamento da Rodovia Cônego Domênico Rangoni, a partir do posto da PM, no entroncamento com a Rio-Santos. Já os conteineiros e cegonheiros devem seguir pela faixa da direita, para entrada na Rua Idalino Pires (Rua do Adubo), onde um posto de controle foi instalado pela polícia para filtrar a entrada de veículos.
“Segunda-feira eu saí daqui meio-dia e voltei às 14 horas. Quando peguei a segunda faixa de novo, o guarda me notificou. Como a corda estoura sempre para o lado mais fraco, o prejuízo é só meu”, diz Claudecir Vitor da Cruz, caminhoneiro há 19 anos.
Carros de passeio estão sendo barrados na entrada da Rua do Adubo, enquanto caminhões graneleiros são liberados conforme a disponibilidade dos terminais e os conteineiros e cegonheiros são liberados de acordo com o agendamento.
“O problema são os caminhões que vêm de fora e que estão nos atrapalhando. Eles travam a entrada e a saída da Rua do Adubo e nós não podemos entrar”, afirma José Luciano da Silva, motorista de um conteineiro.
Reflexos
Embora a Rua do Adubo seja estreita e mal sinalizada, os caminhões trafegam em três faixas, mantendo a divisão entre graneleiros e cegonheiros iniciada na Cônego Rangoni.
O fluxo intenso de caminhões não é transtorno apenas para quem traz e busca cargas no terminal marítimo. “Isso aqui está um caos, uma pouca vergonha, prejudicando os comerciantes. Não conseguimos manobrar, colocar o trabalho para dentro das oficinas”, reclama Otacílio da Conceição Trindade Filho, mecânico na Rua do Adubo.
Fonte: O Estado de S. Paulo, Por Danielle Villela
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