Nesta quinta-feira (20) o Metrô deve decidir sobre o futuro contrato com a empresa Alstom, sobre a implementação do novo sistema de sinalização, o CBTC. O prazo foi dado no início do mês pelo promotor de Justiça Marcelo Milani, que investiga dez contratos de reforma e modernização do Metrô por suspeita de irregularidades. Caso a empresa não suspenda o contrato, O MP pode entra com uma ação civil pública.
Segundo reportagem do jornal “O Estado de São Paulo”, o novo sistema de sinalização vem registrando muitas falhas nos últimos meses. O equipamento que diminui o intervalo entre trens, vem sendo implementado desde 2010 e testado aos domingos na linha. As duas últimas panes de maior relevância foram registradas no domingo passado e no retrasado – como ainda está em teste, o CBTC só opera na Linha 2-Verde inteira no primeiro dia de cada semana. Nos demais, quando há maior movimento, o controle volta para o modo antigo, o chamado ATC.
Segundo o jornal, no dia 9 o computador do CBTC deixou de funcionar por volta das 13h30. Como consequência, os trens que estavam rodando na Linha 2 ficaram “às cegas”. Cinco deles tiveram de parar nos túneis por mais de 15 minutos. A estratégia foi feita para evitar o risco de colisões.
Na semana seguinte, problema semelhante acometeu o CBTC à tarde. Segundo funcionários, a paralisação, dessa vez, levou mais tempo para ser solucionada, cerca de 40 minutos. Já no dia 3 de janeiro, conforme um relatório de ocorrência técnica do Metrô, um trem com CBTC na Estação Vila Prudente falhou em duas tentativas de aplicação da alavanca de emergência. Nessa mesma parada, nos últimos anos, o CBTC fez trens se deslocarem para o sentido contrário ao correto, rumo ao fim da Linha 2-Verde, que acaba logo após a estação, numa parede. Foi graças à ação dos operadores, ativando o freio de emergência, que o trem foi parado. Também houve falhas pouco antes de os trens saírem para a operação comercial. Às 9h55 de 26 de agosto de 2013, uma composição se moveu sozinha no pátio Tamanduateí.
O CBTC foi comprado pelo Metrô em 2008 – por R$ 712 milhões – da multinacional francesa Alstom, investigada por suspeita de participação em um cartel para fraudar licitações. O Metrô promete instalar o CBTC também nas Linhas 1-Azul e 3-Vermelha, posteriormente.
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