A decisão do governo de autorizar a construção de um terceiro aeroporto em São Paulo, um megaprojeto para movimentar 50 milhões de passageiros por ano, vai enfrentar forte reação dos atuais concessionários dos aeroportos de Cumbica, Viracopos e Brasília.
O projeto, já batizado Novo Aeroporto de São Paulo (Nasp), pertence às empreiteiras Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez e deve ser erguido em Caieiras, Região Metropolitana da capital, com investimentos de R$ 5,3 bilhões.
Diferentes fontes do mercado que acompanham o assunto disseram ao Valor que os investidores dos três aeroportos leiloados na primeira fase de concessões no setor avaliam que o Nasp vai impor riscos que eram desconhecidos à época da licitação, em 2012. Havia, então, consenso de que o terceiro aeroporto era inviável por causa do congestionamento aéreo que provocaria na cidade. Por isso, os consórcios fizeram suas propostas, que somaram R$ 25 bilhões em valor de outorga a serem pagos ao governo ao longo da duração dos contratos. Passado o leilão, o cenário mudou por causa da decisão do governo de autorizar o Nasp.
As três concessionária decidiram que vão entrar com pedido de reequilíbrio econômico-financeiro dos contratos caso o novo projeto seja realmente levado adiante. Viracopos e Guarulhos seriam diretamente afetados pelo empreendimento. Mas o aeroporto de Brasília também pode ser prejudicado pela concorrência. As três empresas defendem que todos os fatores econômicos previstos à época do leilão, como cálculo de retorno e fluxo de caixa, seriam afetados.
A assessoria de imprensa da Aeronáutica informou que o novo aeroporto recebeu parecer desfavorável em 2011. Posteriormente, um novo projeto recebeu parecer favorável, embora com limitação de movimentos. Mas essa limitação pode cair, dependendo da conclusão de novos estudos, informou o órgão.
Fonte: Valor Econômico, Por Fábio Pupo
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