DE SÃO PAULO
O presidente do sindicato dos metroviários, Altino de Melo Prazeres Júnior, afirmou nesta quarta-feira (5) que o governo estadual erra ao culpar a população pela pane no metrô.
De manhã, o secretário dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, classificou o tumulto na estação Sé após falha em um trem da linha 3-vermelha como uma ação orquestrada de vândalos. Melo rebateu a declaração em entrevista coletiva.
"É irresponsável por parte do secretário Jurandir Fernandes tentar culpar a própria população por um problema do próprio governo. Qual é a culpa que tem um cidadão dentro de um trem lotado, com o ar condicionado parado, de querem sair daquele sufoco? Então, culpar a população é o jeito mais fácil de fugir do problema", afirmou o sindicalista e militante do PSTU.
O problema teve início ontem por volta 18h20 com a falha na porta de um trem na estação Sé. Passageiros então teriam acionado botões de emergência de sete trens e descido na via, fazendo com que a circulação fosse interrompida.
Pane no metrô de São Paulo
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Seguranças impedem passageiros de andar em túnel na estação Sé do metrô, em São Paulo
'FROTA PROBLEMA'
O presidente do sindicato também disse que o trem que apresentou a falha é o mesmo que descarrilou em agosto do ano passado próximo a estação Barra Funda. A composição, segundo Melo, pertence à chamada frota K, de trens modernizados, que é considerada pelos metroviários como a "frota problema" devido a falhas recorrentes.
Os trens, de acordo com o sindicalista, ainda são alvos de uma investigação do Ministério Público que aponta irregularidades no contrato para a modernização das composições. "O trem que teve o problema da porta foi o K07. O trem K24 e o trem K14, por exemplo, apresentaram problema no ar condicionado", afirmou.
A declaração contradiz a apresentada por Fernandes, que afirmou que o problema inicial ocorreu com um trem da frota H.
"O sindicato tem alguma 'psicopatia' com essa tal da série K. O primeiro trem que teve um problema ontem foi da série H. Agora, seja K, H, L, F ou G, o defeito de porta de plataforma é um dos defeitos mais corriqueiros", afirmou secretário.
O presidente do sindicato dos metroviários discorda. "Não sei da onde o Jurandir Fernandes tirou essa informação. Na minha opinião ele está tentando fugir de um problema da frota K. Podia ser outra frota, mas de fato o que ocorreu, no mundo real, foi que começou com a frota K", disse.
FALTA DE SEGURANÇA
Melo também criticou a superlotação dos trens e das estações na hora do rush no metrô. Segundo ele, isso pode colocar em risco a vida dos metroviários.
O problema, de acordo com o presidente, é a falta de funcionários, principalmente para garantir a segurança dos usuários e também dos próprios trabalhadores que ficam próximos à linha de passagem dos trens.
Altino disse que, há 20 anos, o sistema operava com mais funcionários que agora, sendo que na época a quantidade de usuários era menor e havia menos estações.
"Em ocorrências normais, como em dias de jogos de futebol, por exemplo, não há funcionários. É preciso deslocar seguranças de uma estação para outra", disse Melo.
Atualmente, o Metrô tem cerca de 9.300 funcionários.
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