segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Transporte público urgente: Cerca de 100 mil morreram por causa da poluição em SP

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congestionamento
Os problemas de saúde gerados pela poluição são mais graves que muitos imaginavam. De 2006 a 2011 quase 100 mil pessoas morreram por causa das más condições do ar. A maior parte da poluição é ocasionada pelo excesso de veículos nas cidades.
Transporte público urgente: poluição do ar mata cerca de 100 mil no Estado entre 2006 e 2011
Estudo é inédito em relação ao Estado de São Paulo e reforça a necessidade de redução do número de veículos nas ruas
ADAMO BAZANI – CBN
Que o excesso de veículos tem causado não só imobilidade, mas como também mortes e perda de qualidade de vida, é fato conhecido não só de especialistas, porém de toda a população.
Também é de conhecimento da sociedade que entre 70% e 90% da poluição atmosférica nos centros urbanos são provenientes do excesso de veículos nas ruas e que a solução mais eficiente para isso é a criação e o aperfeiçoamento de redes que priorizem e deixem eficientes os transportes públicos, como os corredores de ônibus e as linhas de metrô de alta capacidade. Mesmo a diesel, os ônibus trazem grandes vantagens porque podem substituir cerca de 40 carros de uma vez só. Quando o ônibus é elétrico total ou a elétrico híbrido, os ganhos são maiores, coma vantagem que sistemas de ônibus são de rápida implantação e as pessoas precisam de soluções urgentes.,
Quando os efeitos da poluição conseguem ser demonstrados em números que não são frios, mas que mostram que cada vez mais pessoas morrem por causa desta situação, é um estímulo para que os diversos agentes sociais se unam e cobrem cidades melhores para viver (e para não morrer).
Estudo inédito sobre o Estado de São Paulo da ONG Saúde e Sustentabilidade, que teve a colaboração de profissionais de saúde e de urbanismo, como o médico Paulo Saldiva, professor da USP, revela que entre 2006 e 2011, 99 mil e 84 pessoas morreram por causa da poluição atmosférica.
Entre as vítimas, o maior problema foi a inalação da chamada poeira fina e materiais particulados que atacam de maneira violenta o sistema respiratório. Grupos como pessoas com doenças pré-existentes, idosos e crianças são os mais suscetíveis.
Somente em 2011, de acordo com o estudo, a poluição, na maior parte das vezes gerada pelo excesso de veículos, matou 17 mil 443 pessoas no Estado de São Paulo. O número é bem maior que as mortes por causa de acidentes de trânsito no mesmo ano no Estado, que somaram 7 mil 867 pessoas que perderam a vida.
Perda de vida e também perda de recursos públicos. A poluição causa também prejuízos financeiros.
No ano de 2011, foram 68 mil 499 internações por causa da poluição.
O grupo de pesquisa, para alcançar os resultados, usou diversos indicadores, como o DATASUS (do Sistema Único de Saúde), medições da companhia ambiental do estado (CETESB) e fórmulas matemáticas.
Levando em consideração o nível de poeira fina no ar tolerável de acordo com os parâmetros da OMS – Organização Mundial da Saúde, os níveis estão bem acima do que o organismo humano poderia suportar com segurança.
Nas regiões metropolitanas, onde há mais carros, o problema é mais grave ainda. Somente a cidade de Araçatuba é a única entre as dez mais poluídas do estado que não está numa grande região metropolitana.
Osasco, Cubatão, São José do Rio Preto e São Carlos também estão entre as cidades com mais risco de morte por causa da poluição, de acordo com o estudo.
Os responsáveis pelos trabalhos são unânimes em dizer que transporte público, com ações imediatas, como a construção de corredores de ônibus, já que as pessoas não podem esperar longas e caras obras, não é só uma solução de mobilidade, mas de saúde pública.

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