Batida entre composição da CPTM e MRS deixa 13 feridos
Da Redação
A colisão entre um trem de cargas da MRS e outro de passageiros da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) ocorrida na manhã dessa quarta (18) na entrada da estação de Franco da Rocha, na Região Metropolitana de São Paulo, é mais um evento provocado pelo que muitos chamam de “gestão mortal” do sistema ferroviário paulista. O assunto é tema da reportagem de capa da edição da Caros Amigos que está chegando às bancas, em que metroviários e ferroviários dão relatos impressionantes e assustadores de como um cartel - e a corrupção - levou a uma sistemática redução das ações de manutenção e de segurança em prol do aumento do faturamento, colocando em risco a vida de quem usa o transporte ferroviário.
No acidente dessa quarta, um trem carregado com bauxita descarrilou e terminou batendo em outra composição que estava desembarcando passageiros na estação. A primeira questão levantada pelos envolvidos no acidente foi a pequena distância entre as duas composições. O gerente de relacionamento da CPTM, Sérgio de Carvalho Junior, reconhece, em depoimento dado aos portais de notícias na internet, que a proximidade realmente não é a recomendada, mas alega que isso pode ter ocorrido em virtude do descarrilamento. Mas o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias em Transporte de Passageiros da Zona Sorocabana (Sinferp), Everson Craveiro, tem outra explicação. “Quando a linha está ocupada, o sinal imediatamente anterior fica vermelho, mas a central libera a composição para ‘aproximação com cautela’ para agilizar a movimentação”, explica.
Segundo Everson, isso ocorre com certa frequência especialmente nas passagens de trens transportando bauxita. “E também quando há equipes de manutenção na via. O correto é bloquear o trecho até que a via esteja completamente livre, seja de equipes de manutenção, locomotivas ou composições como a que havia hoje”, afirma. Segundo o ferroviário, além de contrariar a sinalização, a Central de Operações também não bloqueia mais a circulação quando há equipes trabalhando em pequenos reparos e sequer avisa aos maquinistas sobre elas. “Eles serão avisados pelo funcionário que fica de ‘vigia’, munido de apito – para alertar os trabalhadores para que saiam dos trilhos – e de bandeira – para sinalizar ao maquinista a presença de pessoas na via”, conta.
A direção da CPTM promete investigar as causas do acidente, que feriu 13 pessoas, uma delas em estado grave (com fraturas expostas). A circulação está interrompida entre Franco da Rocha e Baltazar Fidélis desde as 11h20, horário aproximado da colisão.
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