terça-feira, 17 de setembro de 2013

Audi vai investir R$ 500 milhões no Brasil


Stadler, chefe mundial da Audi, vai apresentar planos da marca para o Brasil em reunião com a presidente Dilma Rousseff. Foto: Balint Porneczi/Bloomberg
A montadora alemã Audi, do grupo Volkswagen, tem audiência marcada com a presidente Dilma Rousseff na manhã de hoje para confirmar que voltará a produzir carros no Paraná. O investimento planejado pela empresa supera R$ 500 milhões, segundo um acordo já firmado, em sigilo, com o governo paranaense.
O encontro de Dilma com o presidente mundial da Audi, Rupert Stadler, está agendado para as 11h. Na sequência, às 13h30, o executivo dará entrevista coletiva à imprensa ao lado de Bernd Martens, vice-presidente mundial da montadora, e Jörg Hofmann, que assumiu no início deste mês a presidência da Audi no Brasil.
Também está previsto para hoje o anúncio da adesão da marca ao novo regime automotivo, o programa do governo que concede incentivos fiscais em troca da nacionalização de veículos. Já amanhã, às 10h30, uma cerimônia será realizada no Palácio Iguaçu, sede do governo paranaense, para oficializar o projeto com o governador do Estado, Beto Richa (PSDB).
O Valor apurou que dois modelos serão produzidos pela marca no Brasil: o A3 e o utilitário esportivo Q3. O plano dos alemães é, assim como aconteceu entre 1999 e 2006, compartilhar com a Volkswagen a fábrica do grupo em São José dos Pinhais, na Grande Curitiba. Atualmente, a Volks produz no local os modelos Fox e Golf, ainda na quarta geração.
Uma fonte do governo paranaense diz que, no dia 21 de agosto, a direção da Audi assinou um protocolo de intenções visando o investimento no Estado. Segundo ele, a capacidade de produção anual na futura linha será de aproximadamente 26 mil automóveis, com o início da operação previsto para 2015, provavelmente no segundo semestre.
No convite da entrevista coletiva enviado à imprensa, a Audi informa apenas que Stadler está vindo ao Brasil para falar com Dilma sobre a estratégia da marca no país e na América Latina.
No governo federal, existe a expectativa de que, além do retorno da Audi, a Volkswagen confirme a produção local da sétima geração do modelo compacto Golf, aproveitando a mesma plataforma do A3.
Com esse projeto, o investimento do grupo de origem alemã na fábrica paranaense chegaria perto de R$ 1,1 bilhão, segundo uma fonte do governo federal que acompanha as negociações em torno do empreendimento.
Contudo, até ontem, não havia confirmação oficial sobre a participação de Thomas Schmall, o executivo que comanda a filial brasileira da Volkswagen, na audiência com a presidente Dilma em Brasília, o que reduz a possibilidade do anúncio ainda nesta terça-feira.
Na esteira do investimento feito pela BMW em uma fábrica no norte de Santa Catarina, a Audi é a segunda montadora do chamado segmento premium a decidir pela produção local após o governo sobretaxar as importações de veículos.
A também alemã Mercedes-Benz e a inglesa Land Rover são outras duas marcas que estão muito perto de anunciar investimentos no Brasil. No momento, ambas estudam a localização dos empreendimentos.
Como o governo, desde dezembro de 2011, cobra 30 pontos percentuais extras do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) nas importações de veículos, a produção local se tornou um caminho praticamente obrigatório para se ter alta escala no mercado brasileiro, o quarto maior do mundo. As metas da Audi incluem superar vendas de 30 mil carros por ano no Brasil, partindo de 7 mil unidades estimadas, via importação, para 2013.
Sem a fábrica no Brasil, as importações da marca livres da sobretaxa estariam limitadas a apenas 3,9 mil carros por ano. Com o projeto de produção local, a Audi poderá – já durante a instalação da linha – importar o equivalente a 25% de sua futura capacidade instalada sem recolher o IPI extra.
Quando a produção começar, os descontos no imposto passarão a ser proporcionais ao uso de autopeças locais. Nas negociações com o governo federal, a direção da Audi prometeu desenvolver uma cadeia de fornecedores locais para atender não apenas a fábrica paranaense, mas também às demais operações do grupo no mundo.
 Fonte: Valor Econômico, Por Eduardo Laguna

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