De acordo com funcionários ouvidos com exclusividade pela CBN, as composições das frotas reformadas ficam mais tempo na manutenção.
Por Leonardo Stamillo
O metrô funciona como um carrossel: são 40 trens nas linhas 3 e 1, 22 na linha 2 e 7 trens na linha 5. Se algum desses trens sofre uma pane e precisa ser recolhido, existem composições extras: duas para as linhas 1, 2 e 3 e um trem reserva para a linha 5. Esse é o cenário ideal nos horários de pico. Mas, na prática, o que ocorre é diferente.
“Há dias em que chega a faltar cinco (trens), ou, mesmo no horário de pico, (a frota) chega a completar os 40 (trens), mas eles vão entrando atrasados porque estavam em manutenção”, explica Paulo Pasim, controlador da linha 3, vermelha, desde 1991.
De acordo com ele, os trens reformados da frota k são hoje os principais responsáveis por interrupções no sistema. Nos dois últimos dias, por exemplo, os trens k 011 e k 05 tiveram que ser recolhidos depois de apresentar falhas nas portas. Para o metrô, no entanto, essa não é a realidade: das 696 intervenções sofridas pelos trens da frota k em 30 dias, reveladas pela CBN, o diretor de operações, Mario Fioratti, disse que apenas 380 estariam relacionadas a questões operacionais e que o número é compatível com o que se esperava dos trens com dois anos de operação.
“Vamos lembrar que esses trens necessitam de pequenos ajustes”, diz Fioratti.
Os funcionários ouvidos pela reportagem, no entanto, garantem que os trens da frota k passam mais tempo do que os outros na manutenção. Uma comparação entre a quilometragem rodada por três composições de cada frota ao longo de 21 dias mostrou que os da frota k chegam a percorrer quase 100km por dia a menos do que os trens mais antigos. E não são apenas as falhas técnicas que estão prejudicando a prestação de serviços na linha vermelha. Os trens reformados chegam prontos para rodar em um sistema que ainda não foi implementado pelo metrô, o CBTC, como explicam esses dois funcionários que não quiseram se identificar:
“Eles (os trens) não têm como rodar, então estão sendo feitas adaptações que demoram. O último que veio para essa adaptação demorou mais de seis meses para rodar.”
“São cerca de nove ou dez trens parados. Eles estão adaptando o equipamento antigo nesta frota reformada, o que causa falhas no sistema, como travamento de tela.”
O software, de fabricação da Alstom, custou R$ 780 milhões e ainda está em fase de testes. O promotor Marcelo Milani esteve nos pátios do metrô e encontrou diversos trens parados aguardando a adaptação.
“O cronograma físico da implantação do contrato não está ocorrendo. Isso significa trens parados”, esclarece Milani.
O diretor de operações do metrô, Mário Fioratti, desmente os funcionários e o promotor.
"Nós não temos trens modernizados que não estão sendo utilizados, a não ser seis trens que estão reservados para a linha 2”
Na próxima terça-feira, a direção do metrô vai se reunir com o promotor Marcelo Milani, que recomendou a suspensão dos contratos de modernização dos trens e de implementação do CBTC.
O metrô funciona como um carrossel: são 40 trens nas linhas 3 e 1, 22 na linha 2 e 7 trens na linha 5. Se algum desses trens sofre uma pane e precisa ser recolhido, existem composições extras: duas para as linhas 1, 2 e 3 e um trem reserva para a linha 5. Esse é o cenário ideal nos horários de pico. Mas, na prática, o que ocorre é diferente.
“Há dias em que chega a faltar cinco (trens), ou, mesmo no horário de pico, (a frota) chega a completar os 40 (trens), mas eles vão entrando atrasados porque estavam em manutenção”, explica Paulo Pasim, controlador da linha 3, vermelha, desde 1991.
De acordo com ele, os trens reformados da frota k são hoje os principais responsáveis por interrupções no sistema. Nos dois últimos dias, por exemplo, os trens k 011 e k 05 tiveram que ser recolhidos depois de apresentar falhas nas portas. Para o metrô, no entanto, essa não é a realidade: das 696 intervenções sofridas pelos trens da frota k em 30 dias, reveladas pela CBN, o diretor de operações, Mario Fioratti, disse que apenas 380 estariam relacionadas a questões operacionais e que o número é compatível com o que se esperava dos trens com dois anos de operação.
“Vamos lembrar que esses trens necessitam de pequenos ajustes”, diz Fioratti.
Os funcionários ouvidos pela reportagem, no entanto, garantem que os trens da frota k passam mais tempo do que os outros na manutenção. Uma comparação entre a quilometragem rodada por três composições de cada frota ao longo de 21 dias mostrou que os da frota k chegam a percorrer quase 100km por dia a menos do que os trens mais antigos. E não são apenas as falhas técnicas que estão prejudicando a prestação de serviços na linha vermelha. Os trens reformados chegam prontos para rodar em um sistema que ainda não foi implementado pelo metrô, o CBTC, como explicam esses dois funcionários que não quiseram se identificar:
“Eles (os trens) não têm como rodar, então estão sendo feitas adaptações que demoram. O último que veio para essa adaptação demorou mais de seis meses para rodar.”
“São cerca de nove ou dez trens parados. Eles estão adaptando o equipamento antigo nesta frota reformada, o que causa falhas no sistema, como travamento de tela.”
O software, de fabricação da Alstom, custou R$ 780 milhões e ainda está em fase de testes. O promotor Marcelo Milani esteve nos pátios do metrô e encontrou diversos trens parados aguardando a adaptação.
“O cronograma físico da implantação do contrato não está ocorrendo. Isso significa trens parados”, esclarece Milani.
O diretor de operações do metrô, Mário Fioratti, desmente os funcionários e o promotor.
"Nós não temos trens modernizados que não estão sendo utilizados, a não ser seis trens que estão reservados para a linha 2”
Na próxima terça-feira, a direção do metrô vai se reunir com o promotor Marcelo Milani, que recomendou a suspensão dos contratos de modernização dos trens e de implementação do CBTC.
Leia mais: http://cbn.globoradio.globo.com/sao-paulo/2013/12/06/METRO-DE-SP-FUNCIONA-COM-MENOS-TRENS-DO-QUE-O-NECESSARIO-NOS-HORARIOS-DE-PICO.htm#ixzz2mjiiG9vs
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