Garotinho aplicou a “MP dos Porcos” na testa dos deputados que pensam em se eleger com Dantas.
A batalha da MP dos Portos, como se sabe, opõe a Presidenta da República ao imaculado banqueiro, Daniel Dantas, que, além da telefonia, e da gestão dos fundos das empresas estatais, recebeu de Fernando Henrique, o Magnânimo, nada mais nada menos do que a gestão de um ancoradouro que fica no litoral de São Paulo, conhecido como “Porto de Santos”.
Mixaria.
Nessa batalha, alinham-se ao lado do imaculado banqueiro um líder sindical aqui conhecido como Pauzinho do Dantas, e um governador de Estado, aqui conhecido como Eduardo Campriles, que, como Dantas, quer um porto só para ele: o de Suape, aquele que o Lula construiu em Pernambuco.
O imaculado deputado peemedebista, Eduardo Cunha, que por algum tempo iluminou a gestão de Furnas, impediu a votação na Câmara, nesta quarta-feira.
Eduardo Cunha, ínclito e respeitado por seus pares como um Varão de Plutarco, conseguiu o apoio do PR, do DEM e do PSB, de Campriles.
E melou o jogo.
Cunha teve a institucional cobertura de muitos grupos empresariais.
No plenário da Câmara falava-se num temido Ricky Clean, que contaria com os augúrios do Signo de Touro, que preside as atividades em 8 de maio.
Em lugar de uma MP dos Portos, Cunha construiu uma “emenda aglutinativa” que impedia a Dilma de vetar o que quisesse.
Já tinha sido construído um acordo em torno da emenda relatada pelo senador Eduardo Braga: o Governo aceitava 80%, 90% do projeto de Braga e vetava o resto.
Assim seria feito, com o apoio decisivo do PMDB.
Michel Temer e Henrique Alves, verdade seja dita, lutaram pela fórmula que saiu da relatoria de Eduardo Braga.
Tentaram, em vão, dissuadir o Eduardo Cunha, portador de caráter sem jaça.
Inútil: as convicções patrióticas e desinteressadas de Cunha prevaleceram e a votação empacou.
Aí, Anthony Garotinho, recentemente autor de grave denúncia contra a Globo e Ali Kamel, subiu à tribuna e chamou a emenda de “Emenda dos Porcos”, tal a corrupção a que assistia, ali, no plenário.
Como se sabe, Garotinho e Cunha foram aliados no Rio e, hoje, preferem se ver separados por um muro.
Ou melhor, pelos pleitos empresariais de Daniel Dantas.
Um de um lado, o outro do outro.
Mas, a denúncia de Garotinho teve um efeito higiênico.
Ele saiu do plenário aplaudido pelos funcionários.
E debaixo do ódio dos aliados de Cunha.
Porém, Garotinho conseguiu pespegar na testa dos aliados dos interesses de Dantas a expressão “MP dos Porcos”.
Vai ser difícil, com essa gloriosa bandeira – “MP dos Porcos” - seguir nas hostes de Eduardo Cunha.
E enfrentar a próxima eleição.
O Governo tem duas saídas.
Ou reedita a MP dos Portos original.
O que pode suscitar uma duvida jurídica, já que não se pode reeditar MP de uma mesma Legislatura.
Ou transforma a MP original numa “Lei dos Portos com urgência constitucional”, que teria que ser votada em 45 dias, para não trancar a pauta da Camara.
Parece ser este o caminho mais recomendável.
E, aí, o Governo ganha.
Porque Garotinho deixou claro quem é o autor do “MP dos Porcos” !
Ou os autores.
Sempre protegidos pelo Zodíaco.
Paulo Henrique Amorim
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