Depois de registrar longas filas de caminhões devido a uma norma adotada pela prefeitura de Cubatão (SP), que já foi suspensa, na terça-feira (28), o trânsito amanheceu tranquilo no sistema Anchieta-Imigrantes (SAI), que liga a capital paulista à Baixada Santista. De acordo com a Ecovias, concessionária que opera o SAI, não há registros de congestionamento ou lentidão nas rodovias.
Problemas
Os congestionamento nas vias de acesso ao Porto de Santos, no litoral paulista, causaram vários problemas na região . Por volta das 16h, porém, o Sistema Anchieta-Imigrantes voltou a operar normalmente, com a pista norte da Anchieta utilizada para quem segue para São Paulo.
O sentido da pista norte havia sido invertido para desafogar a pista sul, de descida. Motoristas de caminhões de carga ficaram parados nas rodovias Cônego Domênico Rangoni e Anchieta desde a madrugada de terça-feira, com dificuldades para chegar aos terminais da maior zona portuária do Brasil. O congestionamento no local chegou a registrar mais de 50 quilômetros de lentidão.
Segundo a ecovias, o motivo do congestionamento foi uma nova norma adotada pela prefeitura de Cubatão, que só permite que os caminhões entrem nos pátios de espera do município entre 8h e 18h.
Na madrugada, esses pátios reguladores, que funcionavam 24 horas, ficaram fechados. A regra passou a vigorar desde segunda-feira.
A Ecovias entrou em contato com terminais rodoviários para recomendar o adiamento ou o cancelamento de viagens de ônibus que utilizavam a via Anchieta. Segundo a concessionária, não era possível estimar o tempo de viagem do motorista que seguia pelas estradas do sistema tanto no sentido litoral como no sentido São Paulo.
Reunião discute o problema
Após sofrer pressão de vários setores, a Prefeitura de Cubatão voltou atrás e decidiu suspender a medida que proibia os pátios reguladores de funcionarem fora do horário comercial. A regra está suspensa, pelo menos, até a próxima terça-feira (4), quando uma nova reunião deve acontecer.
A decisão pela suspensão foi tomada durante um encontro entre a prefeitura e diversas autoridades ligadas direta ou indiretamente ao Porto de Santos e às vias que dão acesso ao complexo portuário. Estavam presentes representantes da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Ecovias, Polícia Rodoviária, Conselho de Autoridade Portuária (CAP) e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), entre outros.
Estacionamento na pista
Na madrugada, o trânsito era caótico nas estradas da região. Os caminhões ocupavam faixas e acostamentos das pistas que dão aceso ao porto, tornando impossível a ida de veículos até Cubatão ou Guarujá.
Por volta de 2h30, na rodovia Cônego Domênico Rangoni, próximo da primeira entrada para Cubatão, a pista virou estacionamento improvisado. Os caminhoneiros, parados, dormiram na boleia do veículo mesmo estando no meio da estrada.
Problema antigo
Os problemas de congestionamento para acessar o Porto de Santos não são novos. No mês passado, por exemplo, vias da região apresentaram lentidão em vários vezes.
Faltam pátios para os caminhoneiros estacionarem os veículos e acessos que evitem congestionamentos. A solução definitiva ainda deve demorar alguns anos.
Mais de 15 mil caminhões circulam por dia no Porto de Santos. O número varia de acordo com o período. Em março, em meio à safra de grãos, a média foi de 20 mil ao dia. Os dois pátios onde os caminhões podem estacionar ficam em Cubatão (SP). Juntos, têm capacidade para pouco mais de 1.500 veículos por dia. Sem ter onde estacionar, os outros mais de 14 mil ficam parados nas estradas. Com a regra da prefeitura de Cubatão, o problema foi agravado (leia mais sobre os congestionamentos em Santos).
Problemas nas cidades
As estradas paradas causaram problemas em várias cidades da região. Em Santos, por exemplo, as filas da balsa ficaram acima do normal, já que centenas de motoristas, tentando fugir da Cônego, optaram por utilizar o serviço da Dersa.
A entrada da cidade também ficou totalmente congestionada. Já em Cubatão, alguns moradores ficaram isolados por causa do trânsito. Na Cota 20, por exemplo, moradores relataram que as crianças não conseguiram ir para a escola porque as peruas escolares não chegavam até o local.
Fonte: G1
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