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Licitação da área 5 da EMTU só deve ter edital publicado em junho
Atrasos marcam certame que poderia melhorar os transportes intermunicipais do ABC
ADAMO BAZANI – CBN
Primeiro era janeiro, depois março, depois abril, depois maio e agora, é junho a data prevista para a publicação do edital de licitação da área 5 da EMTU, que corresponde aos serviços de ônibus intermunicipais que ligam as cidades do ABC Paulista e a região a municípios vizinhos como São Paulo e Suzano.
A informação de que o edital de janeiro/março/abril/maio deve ficar pronto em junho foi dada pelo diretor de Gestão Operacional da EMTU, Evandro Losacco.
Mas se o atraso fosse de meses, a situação não seria tão grave. Desde 2006, isso mesmo, há sete anos, a EMTU – Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos tenta reorganizar a área que possui um dos piores serviços intermunicipais do Estado de São Paulo, reconhecidamente pela gestora.
E o entrave para isso é a postura de boa parte dos empresários da região.
Alguns deles não querem se modernizar e acham que operar ônibus é colocar verdadeiras sucatas nas ruas, que não oferecem segurança e conforto ao passageiro. Também não querem formar consórcios, onde todos operariam em todas as cidades do ABC. Isso porque, mesmo que neguem, o ABC está loteado há anos.
Ronan Maria Pinto domina Santo André. São Bernardo é da família Settti e Braga. São Caetano do Sul, de Fábio Eustáquio, Mauá é de Baltazar José de Sousa, com ajuda de Ronan sempre que precisar, Ribeirão Pires é de Nivaldo Aparecido Gomes. Claro que o ônibus de uma empresa até circula na cidade do empresário vizinho, mas só isso. As bases são determinadas. E ninguém quer consórcio. Baltazar e Ronan se dão bem, e muito, mas com os outros empresários, os relacionamentos já foram melhores.
Vale ressaltar que nem todos estes empresários operam de maneira ruim. Dentro do quadro que é o ABC, os serviços da Viação ABC, dos Setti e Braga, e da Rigras, de Nivaldo são considerados bons pela EMTU. O mesmo não pode ser dito de Baltazar José de Sousa com a EAOSA e a Viação Ribeirão Pires. Não é opinião, mas é o que os passageiros relatam e o que é demonstrado pelos índices de qualidade da EMTU.
Ronan hoje, por enquanto, não opera diretamente linhas intermunicipais, mas sua influência nos serviços ainda é bem grande.
E quem entra de outras regiões sente perseguição na pele, com manobras junto às prefeituras e uso de um jornal da região, que também é de dono de empresa de ônibus do ABC.
Oficialmente, os empresários dizem que não aderiram à licitação, desde 2006, porque a realidade de operação no ABC é diferente de todos os outros 31 municípios da Grande São Paulo, como se o ABC fosse uma ilha. Dizem que muitas vias são de tráfego ruim, mas nas outras cidades também. Dizem que os salários da categoria são muito altos na região, mas a passagem também é alta no ABC. Dizem que os projetos de mobilidade como o Expresso ABC (linha rápida de trens da CPTM) e o monotrilho vai tirar demanda dos ônibus intermunicipais. Mas nem todo o ABC será atendido pelos projetos ferroviários que só devem ficar prontos em 2015, isso se não atrasarem. As outras cidades da Grande São Paulo, só para lembrar, também têm serviços de trens. Quer dizer que por causa de obras cuja conclusão é prevista para além de 2015, não se fez uma licitação desde 2006.
A licitação de agora é bem mais branda, vai ser permissão ainda, com menos exigências, cujos contratos só valem até 2016, quando têm de ser renovadas as concessões das demais quatro áreas da região metropolitana.
Mesmo assim, a EMTU tem encontrado dificuldades.
A EMTU prometeu no final do ano passado que se houvesse novo boicote, a área 5 seria dividida entre empresas de outras regiões, como se fosse um PAESE do boicote.
Diante destes atrasos e poucas ações, dá para acreditar?
Atrasos marcam certame que poderia melhorar os transportes intermunicipais do ABC
ADAMO BAZANI – CBN
Primeiro era janeiro, depois março, depois abril, depois maio e agora, é junho a data prevista para a publicação do edital de licitação da área 5 da EMTU, que corresponde aos serviços de ônibus intermunicipais que ligam as cidades do ABC Paulista e a região a municípios vizinhos como São Paulo e Suzano.
A informação de que o edital de janeiro/março/abril/maio deve ficar pronto em junho foi dada pelo diretor de Gestão Operacional da EMTU, Evandro Losacco.
Mas se o atraso fosse de meses, a situação não seria tão grave. Desde 2006, isso mesmo, há sete anos, a EMTU – Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos tenta reorganizar a área que possui um dos piores serviços intermunicipais do Estado de São Paulo, reconhecidamente pela gestora.
E o entrave para isso é a postura de boa parte dos empresários da região.
Alguns deles não querem se modernizar e acham que operar ônibus é colocar verdadeiras sucatas nas ruas, que não oferecem segurança e conforto ao passageiro. Também não querem formar consórcios, onde todos operariam em todas as cidades do ABC. Isso porque, mesmo que neguem, o ABC está loteado há anos.
Ronan Maria Pinto domina Santo André. São Bernardo é da família Settti e Braga. São Caetano do Sul, de Fábio Eustáquio, Mauá é de Baltazar José de Sousa, com ajuda de Ronan sempre que precisar, Ribeirão Pires é de Nivaldo Aparecido Gomes. Claro que o ônibus de uma empresa até circula na cidade do empresário vizinho, mas só isso. As bases são determinadas. E ninguém quer consórcio. Baltazar e Ronan se dão bem, e muito, mas com os outros empresários, os relacionamentos já foram melhores.
Vale ressaltar que nem todos estes empresários operam de maneira ruim. Dentro do quadro que é o ABC, os serviços da Viação ABC, dos Setti e Braga, e da Rigras, de Nivaldo são considerados bons pela EMTU. O mesmo não pode ser dito de Baltazar José de Sousa com a EAOSA e a Viação Ribeirão Pires. Não é opinião, mas é o que os passageiros relatam e o que é demonstrado pelos índices de qualidade da EMTU.
Ronan hoje, por enquanto, não opera diretamente linhas intermunicipais, mas sua influência nos serviços ainda é bem grande.
E quem entra de outras regiões sente perseguição na pele, com manobras junto às prefeituras e uso de um jornal da região, que também é de dono de empresa de ônibus do ABC.
Oficialmente, os empresários dizem que não aderiram à licitação, desde 2006, porque a realidade de operação no ABC é diferente de todos os outros 31 municípios da Grande São Paulo, como se o ABC fosse uma ilha. Dizem que muitas vias são de tráfego ruim, mas nas outras cidades também. Dizem que os salários da categoria são muito altos na região, mas a passagem também é alta no ABC. Dizem que os projetos de mobilidade como o Expresso ABC (linha rápida de trens da CPTM) e o monotrilho vai tirar demanda dos ônibus intermunicipais. Mas nem todo o ABC será atendido pelos projetos ferroviários que só devem ficar prontos em 2015, isso se não atrasarem. As outras cidades da Grande São Paulo, só para lembrar, também têm serviços de trens. Quer dizer que por causa de obras cuja conclusão é prevista para além de 2015, não se fez uma licitação desde 2006.
A licitação de agora é bem mais branda, vai ser permissão ainda, com menos exigências, cujos contratos só valem até 2016, quando têm de ser renovadas as concessões das demais quatro áreas da região metropolitana.
Mesmo assim, a EMTU tem encontrado dificuldades.
A EMTU prometeu no final do ano passado que se houvesse novo boicote, a área 5 seria dividida entre empresas de outras regiões, como se fosse um PAESE do boicote.
Diante destes atrasos e poucas ações, dá para acreditar?
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