Acidentes de trânsito são uma triste realidade no Brasil. Só em 2012, houve 43 mil mortes. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), o país ocupa o quarto lugar no ranking de onde mais ocorrem morte no trânsito. Grande parte desses acidentes envolvem transportes de carga. Dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) indicam que os 44 mil acidentes envolvendo caminhões nas rodovias federais resultaram em 819 óbitos só em ocupantes de veículos.
O inspetor da PRF Estênio Benevides afirma que aproximadamente 50% dos acidentes nas estradas federais acontecem devido a falta de atenção, seguido por não respeitar a distância de segurança, com 11,39%, e velocidade incompatível com 9,57%. Constante alvo de reclamações, os defeitos nas rodovias são a causa de apenas 1,90% dos acidentes.
Jornada de trabalho
O transporte de carga rodoviário vem passando por mudanças exatamente para garantir que os números de acidentes diminuam de maneira significativa. As estatísticas estão em parte ligadas às grandes jornadas de trabalho, falta de paradas adequadas para descanso e a necessidade de realizar o transporte de forma rápida para garantir a competitividade do mercado brasileiro, além de uma frota ainda considerada antiga.
A coordenadora-geral de Qualificação do Fator Humano no Trânsito do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), Maria Cristina Alcântara acredita que a profissão de motorista chega a tomar as 24 horas do dia do trabalhador, colaborando para o cansaço excessivo e, consequentemente, para os acidentes.
Segundo Alcântara, além da jornada exaustiva, o motorista ainda tem que lidar com a sobrecarga de peso, que compromete o veículo, e com a tensão a respeito do tempo para concluir a entrega. “É preciso ter uma conscientização dos próprios caminhoneiros e dos empresários sobre as condições de saúde. Os percursos precisam ser feitos levando em consideração os limites e a lei”.
Frota antiga
Outro fator que colabora para os acidentes é a quantidade de caminhões velhos nas estradas. Apesar da existência de políticas públicas para que haja uma renovação na frota, o presidente da Seção de Autônomos da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), José da Fonseca Lopes, afirma que há dificuldade para obter o crédito. “Pouquíssimos caminhoneiros autônomos conseguem utilizar essas políticas.”
Apesar de ainda existir veículos com mais de 45 anos rodando pelo país, a idade média da frota já caiu de 22 para 16 anos em quatro anos.
Agência T1, Por Danielle Sousa
Edição: Bruna Yunes
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