segunda-feira, 6 de maio de 2013

Fiesp critica SP e elogia governo federal sobre modelos de concessão



Foto: Everton Amaro
O modelo de concessão de projetos de infraestrutura adotado pelo governo paulista na última década foi criticado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Em contraponto, a federação disse que “o governo federal acertou” no modelo anunciado ano passado pela presidente Dilma Rousseff, que criou a Empresa de Planejamento e Logística (EPL) e adotou o critério da menor tarifa na escolha do vencedor de alguns dos leilões previstos, como o de estradas.
“O modelo adotado em São Paulo, de o Estado construir para depois conceder não é bom. São Paulo parou no tempo”, afirmo Carlos Cavalcanti, diretor do Departamento de Infraestrutura da Fiesp na abertura do 8º Encontro de Logística e Transportes, realizado pela entidade.
Cavalcanti usou dois exemplos como crítica ao governo paulista. O primeiro foi a concessão do trecho leste do Rodoanel. A construção ficou orçada em R$ 8,5 bilhões, valor que será pago pelo Estado. “No trecho leste, o primeiro a sair, o [ex-governador] Mário Covas fez o modelo do menor preço. A obra estava estimada em R$ 4 bilhões e saiu por R$ 2 bilhões. Por que foi mudado?”, disse.
O diretor também questionou o modelo de concessão de rodovias, que “trouxe pedágios com custos escorchantes” no Estado. Cavalcanti criticou a falta de transparência nos contratos assinados com os vencedores das concessões e reclamou da demora na renegociação dos preços anunciadas pelo governo paulista.
“Isso está acontecendo desde 2011 e não há um veredito. Criou-se uma imagem errada de que a estrada paulista é boa porque é cara. A receita do Estado não é superior aos 10% do pedágio cobrado. Os outros 90% remuneram apenas manutenção e operação das concessionárias”, afirmou.
Por outro lado, o modelo de concessão do governo federal, que prevê direito de passagem nas ferrovias pelos usuários ,foi classificado como “pragmático e inventivo”. No caso das rodovias, o critério de menor tarifa de pedágio foi “na direção certa para baixar os custos com infraestrutura.”
Fonte: Valor Econômico, Por Rodrigo Pedroso e Guilherme Soares Dias

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