terça-feira, 7 de maio de 2013

Concessão do Ferroanel de SP pode ficar para 2014, diz Figueiredo



Foto: Reprodução
O presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo, afirmou nesta segunda-feira que o Ferroanel de São Paulo é um dos projetos que podem ser concedidos para a iniciativa privada somente em 2014.
“Se puder fazer um estudo, melhor. Começamos os licenciamentos e atrasamos a concessão. O Ferroanel é um dos projetos em que isso pode ocorrer, mas não é o único”, disse hoje, em coletiva à imprensa após participar do 8° encontro de Logística e Transportes, realizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Quando o pacote de logística integrado foi anunciado em agosto do ano passado pelo governo federal, o então ministro dos Transportes Paulo Passos disse que a meta era tirar o Ferroanel paulista do papel até julho deste ano.
O prazo, no entanto, não deve ser cumprido. A previsão atual é que o edital saia em julho e o leilão em outubro, mas os estudos que são feitos pelo governo podem atrasar ainda mais a concessão.
Hoje, Figueiredo lembrou que nos próximos dias o governo federal deve fechar contrato com o governo de São Paulo para que as obras do Ferroanel, no trecho norte, andem em conjunto com o trecho norte do Rodoanel, com a previsão de uma faixa paralela, que já aproveitaria algumas desapropriações e licenciamentos ambientais.
O presidente da EPL afirmou ainda que o governo deve negociar com a MRS e ALL, concessionárias que administram ferrovia de acesso ao Porto de Santos, para investir nas ligações ao terminal portuário e assumir o controle dos ramais ferroviários.
Questionado se acredita que as empresas abririam mão dos trechos, Figueiredo disse que dependeria da indenização. “Se melhorar as condições do tráfego, pode ser mais negócio para as empresas do que continuarem operando sozinhas nas condições atuais”, diz.
Fonte: Valor Econômico, Por Guilherme Soares Dias

2 comentários:

  1. Existe um consenso entre os gestores de que a construção conjunta planejada do Ferroanel com o Rodoanel é a forma mais racional, rápida e econômica, e deveria ser unanimidade para o Plano Diretor de qualquer grande metrópole, pois há razões muito bem fundamentadas para tal afirmação.
    O Ferroanel de São Paulo que vem se arrastando há anos, embora esta seja uma obra de grande importância para São Paulo e para o país pode receber um grande impulso, se os governos federal e estadual, responsáveis por ela, chegarem a um acordo sobre uma proposta feita por este último. São Paulo se dispõe a elaborar o projeto executivo e a cuidar do licenciamento ambiental do Tramo Norte, entre Jundiaí e Itaquaquecetuba, ao custo estimado de R$ 15 milhões.
    Deve ser ressaltada também a grande importância de uma ligação rodo ferroviária entre Parelheiros e Itanhaém para cargas e passageiros, e uma interligação ferroviária em linha paralela com a FCA e com a Norte /Sul partindo de Anápolis, Itumbiara-GO, Monte Alegre de Minas, Prata e Frutal-MG e adentrando pelo centro norte de SP na cidade de Barretos, e seguindo por Bebedouro, Jaboticabal, até Araraquara -SP, por uma ferrovia existente desativada (Araraquarense) já em bitola 1,6 m, ambos os trajetos (fases) como função de linhas troncos.
    Fica aí já definida uma potencial rota para trens regionais de passageiros de médio e longo percurso São Paulo - Brasília, passando por muitas destas cidades citadas entre outras, além de um trajeto coerente para cargas de cabotagem, (dupla função) com o fator de sazonalidade igual a zero.
    São patentes as dificuldades que a ausência do Ferroanel cria para o transporte de carga em direção ao Porto de Santos e de passageiros na região metropolitana de São Paulo geram o maior gargalo ferroviário do país. Hoje os trens de carga que se destinam àquele porto têm de utilizar linhas concomitantes com a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) que passam pela região central da capital. A concessionária que faz esse transporte só pode operar em períodos restritos, o que diminui sua eficiência e aumenta seu custo.
    E a situação é agravada, porque, para aumentar sua capacidade de transporte de passageiros, a CPTM deseja diminuir o intervalo entre os seus trens. Suas razões para isso são técnicas, porque o sistema de transporte coletivo da Grande São Paulo, do qual ela é uma das responsáveis, já ultrapassou em muito o limite de sua capacidade e o número de passageiros continua aumentando. Se ela adotar aquele medida, haverá redução ainda maior da circulação dos trens de carga.
    Só o Ferroanel, a começar pelo Tramo Norte, que tem de longe o maior potencial de transporte, poderá resolver o problema. Hoje, dos cerca de 2,5 milhões de contêineres que chegam anualmente ao Porto de Santos, apenas uma quantidade irrelevante 100 mil é despachada por trem, um meio de transporte mais rápido e econômico do que os caminhões. Com o Ferroanel, estima-se que o volume que por ele circulará chegue acima de um milhão e meio de contêineres. Os benefícios para os setores mais diretamente ligados a essa atividade – produtores e transportadores – e para a economia do País como um todo serão enormes.
    Ganhará também a capital e o litoral paulista, dos quais retirarão de circulação cerca de 5 mil caminhões por dia, um alívio considerável para seu trânsito sempre congestionado.
    Deveriam os responsáveis pelos governos federal e estadual a deixar de lado divergências políticas.
    Já passou da hora para que eles aproveitarem a ocasião para demonstrar que são capazes de colocar o interesse público acima de suas ambições políticas.

    ResponderExcluir
  2. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir