Foto: Rafael Costa/ Reprodução
A expectativa para 2013 não é de alívio na inflação para a baixa renda, mesmo com a previsão de altas mais moderadas nos alimentos. Na previsão de Fábio Romão, economista da LCA Consultores, a desaceleração deverá ser compensada pelo reajuste nas tarifas de ônibus, que além de não terem aumentado neste ano em diversas cidades devido às eleições municipais, sofrerão a pressão extra do aumento dos combustíveis, com o provável reajuste pela Petrobras no próximo ano.
Além disso, os serviços, que vêm subindo acima da inflação, estão ganhando espaço no orçamento da baixa renda. Segundo Renato Meirelles, do Data Popular, os gastos com serviços nas famílias com renda per capita entre R$ 291 e R$ 1019 subiram 33% em uma década.
“Ainda que pese menos, há a constatação de que os serviços estão ficando mais caros e que a inflação está pressionando”, diz Meirelles, destacando que serviços de beleza, por exemplo, já não são considerados dispensáveis pelas mulheres, pois muitas trabalham no atendimento ao público.
A sensação de inflação mais forte poderá ser acentuada pelo aumento menor previsto para o rendimento em 2013. A LCA estima que a alta do rendimento médio real habitual dos brasileiros será de 3% em 2013, abaixo dos 3,9% projetados para este ano.
Diante desse cenário, Meirelles acredita que os consumidores se tornarão mais ativos no controle dos gastos. “Eles farão mais pesquisas e buscarão mais ofertas. A pechincha vai correr solta.”
Para o diretor do Data Popular, este foi um “ano de aprendizado” para os brasileiros, referindo-se às finanças pessoais. Depois de ter ficado inadimplente, diz Meirelles, o consumidor aprendeu a controlar as compras e a tendência é de uso mais consciente do dinheiro.
“O consumidor vai passar a exigir do comércio uma melhor relação custo-benefício. Mesmo na baixa renda, o consumidor aprendeu a comprar produtos de maior qualidade.”
Fonte: Valor Econômico
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