sábado, 8 de dezembro de 2012

Experiência europeia muda os hábitos dos passageiros



Trens-bala fazem parte da paisagem europeia, como o AVE (Alta Velocidade Espanhola), que tem sete rotas no país. Foto: Denis Doyle/Bloomberg
A primeira linha ferroviária de alta velocidade foi implantada no Japão, em 1964, no trajeto de 510 km entre Tóquio e Osaka, hoje utilizado por cerca de 150 milhões de passageiros por ano.
Na Europa, a França foi pioneira, com a linha Paris-Lyon, em 1981, e desde então a rede europeia vem gradativamente se expandindo para outros países, como Bélgica, Alemanha, Itália, Noruega, Espanha e Suécia. O trem de alta velocidade é utilizado também na Coreia, China e nos Estados Unidos.
A rede francesa de alta velocidade tem cerca de 2 mil km e transporta 125 milhões de passageiros por ano, dos quais 25 milhões atravessam as fronteiras do país.
O sistema TGV (Train à Grande Vitesse) opera a até 320 km/h para 149 destinos, percorrendo toda a França e com conexões para países vizinhos. Já os trens Thalys têm rotas internacionais. Na Espanha, o AVE (Alta Velocidad Española) tem sete rotas no país.
Eurostar parte da França e chega à Bélgica, à Grã-Bretanha e à Itália. Da estação Paris Nord para a London Waterloo, há até 19 trens diários.
Da estação Bruxelas Midi para London Waterloo são até nove trens por dia. Os trens do Eurostar Italia AV (Alta Velocità) operam por todo o país e os passageiros contam com o conforto de poltronas especiais nas estações e serviços exclusivos, como táxi e reserva de carro.
Os trens ICE (InterCityExpress) conectam as principais cidades da Alemanha e também ligam o país à Áustria, Bélgica, Dinamarca, França, Holanda e Suíça. Contam com vagão restaurante, tela de vídeo nos assentos e, como os demais trens de alta velocidade, tomadas para notebooks e recepção de sinais de telefone celular.
Além de rapidez e conforto, os trens de alta velocidade podem funcionar como poderosa alavanca de desenvolvimento, diz Alain Bullot, diretor do projeto Brasil da Société Nationale des Chemins de Fer Français (SNCF), estatal responsável pela rede ferroviária francesa.
Segundo ele, na cidade francesa de Lyon, uma das primeiras a ser conectadas ao TGV, as autoridades cuidaram das conexões rodoviárias e ferroviárias das estações e divulgaram a empresas e universidades as vantagens que o novo trem trazia para quem se instalasse na cidade.
Em pouco tempo, Lyon e região tornaram-se a segunda região econômica da França. As demais regiões também apostaram nas vantagens do TGV e, gradativamente, modernizaram seus trens, ônibus e rodovias, para estimular o uso dos transportes coletivos de ponta a ponta
Segundo Bullot, na linha Paris-Londres, o TGV revolucionou os hábitos dos passageiros. “É comum ir a Londres ou a Paris passar parte do dia. A vida e os negócios foram simplificados consideravelmente. O trem não tirou simplesmente os clientes dos aviões, mas abriu uma oferta e ampliou a conectividade entre os dois países”, afirma.
Fonte: Valor Econômico

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