quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Excesso de tributação é apontado como o maior problema do setor portuário

Pesquisa realizada com agentes marítimos aponta que 56,1% deles consideram ser esse um problema muito grave. E excesso de tarifação ficou em segundo, com 47,2%.

Porto de Santos (SP). Foto: Sérgio Coelho/Codesp
O excesso de tributação foi apontado por mais de 80% dos agentes marítimos do país como o principal entrave no transporte marítimo nacional. Para 56,1% deles o problema é considerado muito grave e para 32,1% grave.  O excesso de tarifação e o elevado custo tarifário foram considerados insatisfatórios para mais de 83% dos entrevistados.
A pesquisa foi realizada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), que entrevistou 212 agentes marítimos dos 13 portos mais importantes no país que juntos somaram 90% do volume de cargas transportado em 2011. São eles: Santos (SP), Itaguaí (RJ), Paranaguá (PR), Rio Grande (RS), Vila do Conde (PA), Itaqui (MA), Suape (PE), São Francisco do Sul (SC), Vitória (ES), Rio de Janeiro (RJ), Aratu (BA), Itajaí (SC) e Fortaleza (CE).
Segundo o diretor executivo da CNT, Bruno Batista, a falta de investimento na última década fez com que o setor não avançasse. Entre 2002 a 2012, o governo federal investiu apenas R$ 3,1 bilhões. “Isso é muito pouco”, disse.
Para ele, o anúncio de investimentos no setor portuário –  o Programa de Investimentos em Logística: Portos, realizado pelo governo federal na última quinta-feira (06), na ordem de R$ 60,6 bilhões para serem aplicados até 2017  poderá não ter êxito. “Ele [governo federal] não especificou quanto desse valor será de competência da iniciativa privada. Vai ser difícil o governo conseguir cumprir com este investimento em um período tão curto, porque não o fez nesses últimos anos.”
Desse montante que o governo irá investir, R$ 2,6 bilhões será destinado aos acessos ferroviário e rodoviário, dos quais serão originados do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Para o vice-presidente da CNT, Meton Soares, esses investimentos não resolvem todos os problemas do setor. “É claro que investimento é sempre bem-vindo, mas esperávamos um projeto mais ousado”, lamentou.
Acessos aos terminais
Na avaliação da infraestrutura e das instalações portuárias, os acessos rodoviários fora considerados inadequados por 61,3% dos agentes. Um dos principais problemas é a travessia por área urbana e o engarrafamento de veículos de carga, que em alguns casos ficam horas na fila para desembarcar.
Nas ligações ferroviárias, 44,3% dos entrevistados disseram que em alguns portos não existe esse acesso ou, se existe, não é utilizado. A falta de infraestrutura para embarque e desembarque de carga foi o principal problema identificado, concentrando 33,7% das opiniões, seguido do acesso ferroviário em precário estado de conservação, que representou 20,2%.
Agência T1, Por Bruna Yunes

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