sábado, 8 de dezembro de 2012

Com rodízio no ABC, população diz que usaria transporte público



RODÍZIO NO ABC
Pesquisa do Consórcio Intermunicipal do ABC mostra que os moradores da região estão divididos quanto ao rodízio de veículos nas cidades. A maioria, no entanto, independentemente de ser favorável ou contrária ao rodízio, entende que os transportes públicos são as melhores soluções para a mobilidade no ABC: 86,33% acreditam que os governantes devem investir em transporte coletivo e 72,8% usariam os meios públicos para se deslocar, caso o rodízio seja implantado. Foto: Adamo Bazani.
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Com rodízio no ABC Paulista, população usaria mais transporte público, diz pesquisa
População está dividida quanto à restrição de circulação dos veículos. No entanto, 86,33% de 1500 entrevistados pelo Consórcio Intermunicipal do ABC entendem que o melhor investimento em transportes para região é no coletivo e não no individual
ADAMO BAZANI – CBN
A população do ABC Paulista quer mais transporte coletivo. A frase parece óbvia diante do agravamento da poluição e dos problemas de trânsito nas cidades da região.
Mas agora esta necessidade por ampliação na oferta e melhoria dos transportes públicos no ABC foi demonstrada em números pela “Pesquisa de Opinião Pública para Aferição da Implantação do Rodízio de Veículos na Região do ABC”. Realizada pela EGP – Empresa de Gestão Pública, a pesquisa foi encomendada pelo Consórcio Intermunicipal do ABC, ao custo de R$ 45,5 mil.
Entre os dias 4 e 15 de julho e entre 20 e 26 de julho foram ouvidas 1500 pessoas nas cidades de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema e Mauá.
De acordo com a pesquisa, que vai ser juntada ao Plano de Mobilidade Regional, a grande maioria da população entrevistada, 86,33%, acha que o tipo de transportes que precisa de melhorias e que os governantes devem investir, é o coletivo, incluindo ônibus, trens e metrô.
A população se divide quando o assunto é rodízio de veículos. De acordo com o Consórcio Intermunicipal do ABC, 46% dos entrevistados são contra a restrição de circulação de veículos nos moldes da Capital Paulista, por placas. Já 40,13% se dizem favoráveis ao rodízio.
No entanto, se for levada em conta a margem de erro de 4,5% para mais ou para menos, há um empate técnico entre os que são favoráveis e os contrários ao rodízio no ABC.
Além disso, se forem considerados os 8% de quem respondeu “talvez”, o número de pessoas propensas ao rodízio de veículos na região supera às que são contrárias.
Outro índice considerado importante na pesquisa e que mostra que a população do ABC quer sim mais transporte público é que 72,8% dos entrevistados declararam que usariam sim mais ônibus e trens, caso o rodízio fosse implantado na região. Só 8,87% dos entrevistados utilizariam outro carro. Esses números compreendem os que foram favoráveis e os que foram contrários ao rodízio no ABC e vai ser levado em consideração em planos de mobilidade para a região.
No entanto, o rodízio só funcionaria no ABC se as cidades o adotassem em conjunto, devido a interdependência e o fluxo de pessoas entre os municípios.
Para o secretário executivo do Consórcio Intermunicipal do ABC, João Ricardo Guimarães Caetano, o rodízio deve vir acompanhado de outras soluções: todas passam pelo aperfeiçoamento dos transportes públicos. Ele citou a necessidade de mais corredores e espaços prioritários para os ônibus na região, as estimativas de melhorias com a licitação da área 5 da EMTU – Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos que é correspondente às linhas intermunicipais de ônibus, a linha do monotrilho entre São Bernardo do Campo, Santo André, São Caetano e São Paulo e a implantação do Expresso ABC, que será uma nova linha de trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) paralela à linha 10 Turquesa, mas que vai fazer menos paradas e vai ligar Mauá, Santo André, São Caetano do Sul e São Paulo com mais rapidez.
TEMPO DE DESLOCAMENTO NO ABC PODERIA SER MENOR COM TRANSPORTE PUBLICO:
Ainda de acordo com a pesquisa, mais da metade do total de entrevistados, 52,60%, demora entre meia hora e uma hora por dia para se deslocar no ABC para atividades como trabalho, estudo, lazer e consultas médicas, por exemplo.
A maioria acredita que com investimentos em transportes públicos, os tempos de deslocamentos na região poderiam ser reduzidos.
A grande maioria da população desaprova o trânsito do ABC Paulista: 45,93% consideram ruim ou péssima a situação do trânsito nas sete cidades. Já 33,87% classificam como regular e apenas 18,73% consideram boa. Esses números envolvem tanto quem aprova como quem desaprova o rodízio no ABC.
De acordo com o Consócio Intermunicipal do ABC, a pesquisa foi domiciliar, proporcional à população de cada cidade, e foram ouvidas pessoas a partir dos 16 anos de idade.
Dos pesquisados, 59,87% das pessoas trabalham. Destas, 40,95% se deslocam de carro particular, 24,28% usam ônibus urbanos, 8,85% utilizam o Corredor ABD operado pela Metra, 8,64% utilizam motos, 2,37% usam carona e 14,91% se deslocam de outras formas, como a pé ou de bicicleta. Apenas 9,58% trabalham em cidades fora da região.
Já os estudantes usam mais o transporte público. Eles representam 11,93% dos entrevistados, sendo que 63,13% utilizam ônibus e o sistema da Metra, 25,14% vão de carro e 11,73% usam outros modais. Deste público, somente 5,03% estudam fora do ABC Paulista.

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