De acordo com secretários dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, o novo traçado da ferrovia Norte-Sul que exclui as regiões agrícolas pode prejudicar a economia da região.
Após alguns trechos agrícolas da região Sul não terem sido incluídos pelo Governo Federal no PAC das Concessões, anunciado em agosto pela presidenta Dilma Rousseff, os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul mostram-se preocupados com os rumos da economia nessas regiões.
Com planos para restaurar apenas a estrada de ferro construída no século XIX que liga São Paulo a Porto Alegre (RS) pelo litoral, com o plano de concessões, secretários das regiões argumentaram que a decisão dificulta a importação de insumos para auxiliar na produtividade das atividades agrícolas e avícolas, já que não há previsão para um traçado que corte as regiões produtoras.
A estiagem na produção de milho na região é um dos motivos para a urgente necessidade de ter uma ferrovia que ligue as regiões de agronegócio com as de outras regiões do país, como é o caso Santa Catarina e Mato Grosso, grande produtor do grão.
O secretário de Infraestrutura do Estado de Santa Catarina, Valdir Cobalchini, comentou que devido ao preço nada atrativo do insumo, que normalmente chega ao estado por meio do transporte rodoviário, muitas empresas estão com problemas econômicos e algumas já chegaram a fechar.
“A estrada de ferro revitalizada que ligará a região Sul do país aos portos é importante, mas a tendência é que, enquanto não tivermos a ferrovia Norte-Sul, a situação se agrave. Não temos milho suficiente para alimentar nossas aves e dependemos do insumo que vem do Centro Oeste.”
Conforme o secretário de Infraestrutura e Logística do Estado do Paraná, José Richa Filho, o gargalo logístico da região só será resolvido quando houver uma integração de modais, caso contrário não adiantará nada os investimentos que estão sendo feitos pelo Governo Federal.
Ferrovia Norte-Sul
A Valec garantiu que a Ferrovia Norte-Sul será construída e, atualmente se encontra em processo licitatório para os projetos dos três primeiros lotes, deverá ter as empresas definidas até começo de novembro.
O diretor de planejamento da Valec, Josias Cavalcante Júnior, informou que a ferrovia foi dividida devido a sua extensão e os três primeiros lotes correspondem aos trechos da região de Panorama (SP) a Chapecó (SC), Chapecó a Rio Grande (RS) e Maracaju (MT) a Cascavel (PR), respectivamente.
De acordo com o secretário Extraordinário da Representação do Governo do Estado do Rio Grande do Sul em Brasília, Hideraldo Caron, o fato da construção da Ferrovia Norte-Sul ser de responsabilidade da União prejudica a região Sul porque a obra irá demorar mais tempo para ser concluída do que se fizesse parte do PNLT, que, segundo ele, teria o tempo diminuído pela metade.
“Resolver o problema logístico da região só daqui a oito anos não é uma situação confortável para nós. Precisamos economizar no transporte para sermos mais competitivos e, para isso, a ferrovia tem que ficar pronta o mais rápido possível.”
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