De acordo com comunicado do Ipea, dos 15,23% da renda dos brasileiros destinados para a mobilidade, apenas 2,58% são para o transporte coletivo.
O aumento da renda dos brasileiros nos últimos anos é um dos principais fatores para o crescimento dos gastos com transporte urbano, especialmente com carros e motocicletas.
Entre 2003 e 2009, com exceção das famílias com renda de até meio salário mínimo, houve aumento do gasto com transporte privado em todas as classes sociais.
Dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) na quinta-feira (20) mostram que as famílias urbanas brasileiras comprometem 15,23% de sua renda mensal para se locomover diariamente, gastando cinco vezes mais com o transporte individual do que com o coletivo.
O técnico de planejamento e pesquisa do Ipea, Carlos Henrique Carvalho, afirmou que esta é uma porcentagem muito grande para ser destinada ao deslocamento diário, considerada uma atividade meio para um objetivo final, como trabalho, lazer e saúde, por exemplo.
Carlos Henrique chamou a atenção para a preferência do brasileiro pelo uso do transporte privado e individual, que consiste em 12,65% da renda total de uma família. De acordo com ele, esses índices alarmantes se devem às facilidades de mercado para adquirir um automóvel e aos gastos com combustível e manutenção.
“Nos últimos dez anos, enquanto o crescimento do PIB foi de 4% ao ano, as vendas de automóvel cresceram uma taxa de 8% e as motocicletas 13% ao ano. O desejo de ter um carro é uma fantasia do cidadão brasileiro.”
Apenas 2,58% são para o transporte coletivo
O comunicado mostra que o ônibus é o transporte público mais utilizado e que nas grandes cidades recebe 88% da renda destinada para o transporte coletivo, 2,58%. Como as ferrovias ainda são escassas no Brasil, elas são mais utilizadas nas metrópoles (4,7%).
Devido a deficiências ou até mesmo a própria ausência do transporte por ônibus em cidades de interior não metropolitanas, o transporte alternativo, como o mototaxi, tem certo destaque, com 7,3% da demanda.
O estudo do Ipea foi baseado nos dados obtidos pela Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2009.
Agência T1, Por Danielle Sousa
Edição: Bruna Yunes
Edição: Bruna Yunes
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