A multinacional Alstom, fabricante de máquinas e equipamentos, firmou uma parceria com a estatal francesa de operação ferroviária Société Nationale des Chemins de fer Français (SNCF) para estudar e eventualmente disputar em conjunto o projeto brasileiro do trem de alta velocidade (TAV), o trem-bala.
O novo presidente da Alstom no Brasil, Marcos Cardoso Costa, disse ontem ao Valor que a sociedade ainda deve receber mais parceiros para entrar na eventual disputa pelo projeto.
Mesmo dando início à formação do consórcio, a Alstom não deve ser a líder e, por isso, não deve realizar grandes aportes na sociedade em formação. “Preferimos destinar nosso capital à melhoria de nossos produtos”, disse o presidente, que assumiu o comando da filial brasileira há menos de uma semana.
Costa ainda opinou sobre o novo modelo do edital, em elaboração pelo governo federal. Segundo ele, o projeto está se tornando mais atrativo para a iniciativa privada em comparação com os anteriores, pelo fato de a União assumir riscos financeiros. Mesmo assim, Costa diz que o TAV ainda é considerado um projeto caro.
Nova parceira da Alstom, a SNCF opera o trem de alta velocidade da França, o chamado TGV (Train à Grande Vitesse, na sigla em francês).
De acordo com as últimas sinalizações do governo, a primeira licitação do TAV, que definirá a futura operadora e a tecnologia a ser empregada, sairá no primeiro semestre de 2013. Haverá cláusulas – como tempo de operação no país de origem, histórico de acidentes e número de passageiros transportados – para garantir uma “tecnologia de ponta” no Brasil.
Isso poderá dificultar a participação da China, que teve um acidente com 43 mortos em julho de 2011. O governo contratará o projeto executivo do TAV dividindo-o em trechos e assumirá os riscos de demanda.
Ontem, a Construcciones y Auxiliar de Ferrocarriles (CAF) informou que formará um consórcio, com a também espanhola Renfe, para disputar a primeira fase do leilão. À agência Reuters, o presidente da CAF, Paulo Fontenele, afirmou que pretende trazer empresas brasileiras para a sociedade.
Fonte: Valor Econômico, Por Fábio Pupo e Ana Fernandes
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