Começa a ser colocado em prática o projeto de professor da USP que cria uma hidrovia na cidade
por TIAGO CORDEIRO
EMBARQUE NESSA: Se o restante do projeto de Delijaicov saísse do papel, SP teria transporte público nos rios
São Paulo tem mais de 7 milhões de automóveis. Quem mora nas zonas leste e sul da cidade perde, em média, três horas por dia no trânsito. Por outro lado, a cidade tem uma vasta rede de rios e represas, boa parte sob o asfalto. Com o objetivo de aproveitar essa malha hidroviária para o transporte de mercadorias e pessoas foi que o arquiteto e urbanista Alexandre Delijaicov, que leciona na USP e é funcionário da prefeitura paulistana, defendeu em seu doutorado, em 2005, um projeto para criar 170 quilômetros de hidrovias urbanas.
Na época, tudo parecia utópico. Mas, agora em julho, se inicia a primeira das obras: uma eclusa (grande elevador que ajuda navios a transporem áreas de desnível) no bairro da Penha. Orçada em R$ 100 milhões, a empreitada vai criar atalhos entre os rios e lagos já existentes e ampliar em 14 quilômetros o trecho navegável do rio Tietê — que passará a ser uma via de 55 quilômetros. “A hidrovia deverá ser implantada em etapas. Os trechos do Tietê e Pinheiros e da represa Billings, que hoje têm alguma atividade hidroviária, vão ser integrados com obras de transposição de desníveis, caso da barragem da Penha”, diz Casemiro Tércio, diretor do Departamento Hidroviário do Estado, responsável pelas obras.
Mas o projeto de Delijaicov é bem mais ambicioso. Sua proposta é de uma rede de pistas aquáticas, composta basicamente pelos rios Tietê e Pinheiros e pelas represas Billings e Taiaçupeba, que também serviria ao transporte coletivo por barcos, idealmente integrados à rede de ônibus e metrô da cidade com uso do bilhete único. “Imagine uma índia de 17 anos que vive na tribo do extremo de Parelheiros e passou no vestibular na Vila Mariana. Ela poderia pegar um barco até o metrô, e de lá para a faculdade”, afirma Delijaicov.
Para criar a malha, além de aproveitar as vias aquáticas já existentes — com reabertura de rios como Saracura (coberto pela avenida Nove de Julho) e Itororó (Avenida 23 de Maio) —, seria necessário construir novos canais artificiais. O governo do estado analisa a viabilidade da ideia. Aprovada, a obra seria trabalho para ao menos 30 anos. “O importante é criarmos uma alternativa para as pessoas se locomoverem pela cidade, e isso toma tempo”, diz Delijaicov.
Na época, tudo parecia utópico. Mas, agora em julho, se inicia a primeira das obras: uma eclusa (grande elevador que ajuda navios a transporem áreas de desnível) no bairro da Penha. Orçada em R$ 100 milhões, a empreitada vai criar atalhos entre os rios e lagos já existentes e ampliar em 14 quilômetros o trecho navegável do rio Tietê — que passará a ser uma via de 55 quilômetros. “A hidrovia deverá ser implantada em etapas. Os trechos do Tietê e Pinheiros e da represa Billings, que hoje têm alguma atividade hidroviária, vão ser integrados com obras de transposição de desníveis, caso da barragem da Penha”, diz Casemiro Tércio, diretor do Departamento Hidroviário do Estado, responsável pelas obras.
Mas o projeto de Delijaicov é bem mais ambicioso. Sua proposta é de uma rede de pistas aquáticas, composta basicamente pelos rios Tietê e Pinheiros e pelas represas Billings e Taiaçupeba, que também serviria ao transporte coletivo por barcos, idealmente integrados à rede de ônibus e metrô da cidade com uso do bilhete único. “Imagine uma índia de 17 anos que vive na tribo do extremo de Parelheiros e passou no vestibular na Vila Mariana. Ela poderia pegar um barco até o metrô, e de lá para a faculdade”, afirma Delijaicov.
Para criar a malha, além de aproveitar as vias aquáticas já existentes — com reabertura de rios como Saracura (coberto pela avenida Nove de Julho) e Itororó (Avenida 23 de Maio) —, seria necessário construir novos canais artificiais. O governo do estado analisa a viabilidade da ideia. Aprovada, a obra seria trabalho para ao menos 30 anos. “O importante é criarmos uma alternativa para as pessoas se locomoverem pela cidade, e isso toma tempo”, diz Delijaicov.
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