O Estadão publica hoje uma estimativa, com base nos dados de processo judicial na Suíça, de que a Siemens e a Alstom distribuíram perto de R$ 3 bilhões em propinas a governantes e dirigentes públicos com os quais fazia negócios.
Considerando que a do Brasil é o maior negócio da multinacional alemã na América Latina e um dos mais lucrativos do mundo para a empresa, dá para ter uma ideia do que foi distribuído por aqui.
Isso, claro, sem contar com os “por fora” que se pagam nas transações entre ela e empresas privatizadas – telefonia, transportes, etc -, cujo preço vai cair nas costas do público, através das tarifas.
Os números divulgados pelo Estadão são estarrecedores:
“Uma apuração realizada pela Alemanha em colaboração com os EUA revela que, no total, a Siemens usou US$ 1,3 bilhão para subornar pessoas. No total, 4,2 mil transações foram registradas pela empresa para o pagamento de subornos pelo mundo até o final dos anos 2000.”
Isso não é pontual, como pode acontecer em qualquer corporação ou governo do planeta. É política empresarial, decidida em altos círculos e comandada pelo mais altos dirigentes, tanto da empresa que é contratada quanto dos governos que a contratam.
Querer reduzir isso a uma “bola” ao guardinha da esquina, como tentam fazer com os R$ 615 milhões devidos pela Globo à Receita Federal é um escárnio.
E não dá para atenuar a importância disso dizendo ser um fenômeno mundial.
É, mas por toda a parte a empresa está sendo condenada a pesadas multas e apontando os caminhos e os destinos do dinheiro da propina.
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