O ministro da Secretaria da Aviação Civil (SAC), Wellington Moreira Franco, sinalizou ontem que o governo poderá sair em socorro das grandes companhias aéreas do país – Gol, TAM, Azul e Avianca – que, em razão de seguidos prejuízos, vêm reduzindo a oferta de voos e cortando pessoal. Moreira Franco informou que vai se reunir com os dirigentes dessas companhias na próxima semana para discutir a situação do setor.
- Não adianta ter uma infraestrutura aeroportuária extremamente moderna sem companhias aéreas saudáveis. Nós precisamos de empresas saudáveis no transporte aéreo – disse o ministro, em palestra ontem na Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
Moreira Franco ressaltou a “grande vulnerabilidade” dessas empresas ao câmbio, que afeta diretamente os custos via combustíveis e despesas com leasing (aluguéis) das aeronaves. Um problema que, ressaltou ele, “não é do Brasil, mas do mundo”.
- Precisamos nos debruçar sobre essas companhias com as entidades empresariais do setor, para permitir que as empresas, mesmo sofrendo com a alta instabilidade, possam prestar serviços adequados aos passageiros – disse ele, que esquivou-se de responder se o governo concederia subsídios ao setor.
Diante de prejuízos bilionários – a TAM, maior companhia do país, fechou 2012 com perdas de R$ 1,2 bilhão, enquanto que a perda da Gol foi de R$ 1,5 bilhão no ano passado-, a entidade que representa as empresas nacionais (Abear) vem pressionando o governo por mudanças na composição de preços do querosene de aviação, que tem tributação do ICMS diferenciada entre os estados.
Demanda na copa e nas olimpíadas
Moreira Franco detalhou aos diretores da ACSP os bilionários programas do governo para melhorar a infraestrutura aeroportuária brasileira, que vão das concessões de grandes terminais à inciativa privada aos projetos para estímulo da aviação regional (o PAC dos aeroportos do interior) e executiva. Com tais iniciativas, assegurou o titular da SAC, os aeroportos brasileiros estarão aptos para atender adequadamente à demanda por passageiros durante a Copa do Mundo ano que vem e nas Olimpíadas de 2016.
- Com as experiências da Copa das Confederações e Jornada Mundial da Juventude, não vamos ter dificuldades nem na Copa, nem nas Olimpíadas – disse. – Até porque, durante os dois eventos, os aeroportos não frequentaram as páginas dos jornais, sinal de que as coisas foram bem.
Moreira Franco listou ainda como outro grande desafio de sua pasta a necessidade de mudar a cultura da Infraero, estatal que até o ano passado controlava sozinha os aeroportos brasileiros.
- O monopólio é um problema, e por essa cultura de monopólio os funcionários da empresa tratam os passageiros como se estivessem fazendo um favor. Os serviços funcionam de maneira cara e ineficiente – disse.
As reformas dos aeroportos regionais escolhidos como prioritários pelo governo, para estimular a oferta de voos fora dos grandes centros, devem começar ainda este ano, anunciou ontem o ministro.
- A expectativa é de que, antes do fim do ano, sejam inciadas as obras em 45 aeroportos.
Fonte: O Globo, Por Ronaldo D”Ercole
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