projeto do Aeródromo Harpia, em Parelheiros |
Numa das últimas regiões que preservam os recursos naturais da maior metrópole da América Latina – o distrito de Parelheiros, em São Paulo – fundamentais para a água consumida pelos paulistanos, pela qualidade do ar e a produção de alimentos na cidade, o crescimento econômico avança com mais um projeto de incentivo à ocupação desordenada do município. Trata-se de um aeroporto privado no Extremo Sul, voltado a jatos executivos, helicópteros e táxis aéreos, aprovado pelo Ministério da Aviação Civil, em junho deste ano, com previsão de custo de cerca de 1 bilhão de reais.
Batizado de Aeródromo Hapia, o empreendimento foi articulado pelos empresários André Skaf e Fernando Botelho Filho, respectivamente filho do presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e membro da família Camargo Correia, da construtora de mesmo nome. O custo elevado compreende, segundo a Secretaria de Aviação Civil (SAC), uma pista de 1.830 metros de extensão e até 240 mil pousos e decolagens por ano, sobre um terreno de 3,5 milhões de metros quadrados.
O Extremo Sul de São Paulo resguarda as APAs Bororé-Colônia e Capivari-Monos, em um quinto do território paulistanos, responsáveis pela manutenção dos mananciais que abastecem quase 70% da população, as represas Billings e Guarapiranga. Além disso, há rica fauna e flora locais, e de cerca de 300 agricultores familiares que vêm trabalhando para a conversão orgânica, visando o abastecimento de alimentos de qualidade nas feiras de São Paulo. Nesse sentido, o novo projeto indignou os grupos comprometidos com a proteção do patrimônio socioambiental da região, aliado a busca por novos caminhos para o desenvolvimento sustentável da cidade.
agrofloresta num dos sítios em Parelheiros |
O novo aeroporto vem na esteira do Rodoanel Mário Covas, cujas compensações ambientais até hoje não foram implantadas e, segundo o ambientalista Mauro Scarpinatti, que há anos atua em Parelheiros, “será a sentença de morte dos mananciais da Região Sul de São Paulo, pois juntos esses empreendimentos têm a capacidade de atrair inúmeros outros e induzir a ocupação de forma extraordinária”.
Grupos da sociedade civil, como os reunidos no GT de Meio Ambiente da Rede Nossa São Paulo, vêm se mobilizando no sentido de defender a região frente ao projeto de implantação do aeródromo. A manifestação já está no facebook (#aeroportodeParelheirosNÃO) e aqueles que quiserem se manifestar podem enviar comentários para este Blog.
Entre os argumentos elencados pelos representantes da sociedade civil estão: o Rodoanel trouxe a desvalorização do patrimônio natural, desmatamento, poluição do ar e sonora; o aeroporto irá trazer de fora a mão de obra qualificada para a região, e com o aumento do fluxo de pessoas, o trânsito também se agravará; o entorno do empreendimento não tem investimentos para valorização, devendo ser afetado ainda mais pelo barulho constante das turbinas; e, além disso, a população da região não foi consultada em nenhum momento sobre o empreendimento.
A quem interessa esta obra¿ Participe e manifeste-se!
O Natureza em Megacidades continuará a publicar notícias com o acompanhamento das mobilizações.
Importantíssima a divulgação dos problemas que advirão com mais esta "obra".Enfim são tantas as questões que tenho certeza o grupo está pensando, estou apenas tentando auxiliar com um comentário. Para a construção de um equipamento do porte de um aeroporto há aumento, pela impermeabilização do solo, da temperatura (ilha de calor) e que isto altera o clima local e acelera as mudanças climáticas. Os aeroportos são também fonte de aumento da poluição na atmosfera e na área de cone de ruídos provocam problemas de saúde, como já foi constatado, em vários estudos. Coloco-me a disposição para entregar material utilizado quando da proposta de implantar a terceira pista no Aeroporto de Cumbica. Cabe ainda perguntar de quem é a área - ou seja a propriedade da área na qual pretendem construir o tal aeroporto privado.
ResponderExcluirArlete Moysés Rodrigues