segunda-feira, 2 de julho de 2012

Metrô reduz 75% da poluição em São Paulo

Se malha fosse ampliada e conjugada com corredores de ônibus, o ar da cidade seria bem melhor, aponta estudo da Unifesp


Por Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes.

Uma rede maior de corredores de ônibus junto com uma expansão bem planejada do Metrô.
Isso seria suficiente para reduzir de forma substancial os índices de poluição da cidade, de acordo com estudo da Unifesp – Universidade Federal de São Paulo.
Segundo o estudo, se o metrô deixasse de operar por um ano consecutivo, os índices de concentração de poluentes, pelo maior número de veículos nas ruas para suprir seus serviços, aumentariam 75%.
Atualmente, de acordo com o Instituto de Poluição Atmosférica da USP – Universidade de São Paulo, pelo menos 7 mil pessoas na cidade morrem por ano em decorrência de complicações de doenças causadas pela poluição.
Sem o metrô, o número de mortes ficaria entre 9% e 14% mais alto e os custos de saúde aumentariam anualmente US$ 18 bilhões, o que, do ponto de vista humano e econômico, já justificaria investimento na malha dos transportes públicos.
Para chegar a estes números, os pesquisadores da Unifesp compararam os dias com funcionamento normal do metrô com os dias de greve dos metroviários.

POLUIÇÃO POR CARROS AUMENTOU:

A Unifesp revela hoje que grande parte da poluição em São Paulo de dá por conta da emissão causada pelos veículos. Os carros são responsáveis por 90% dos materiais emitidos no ar.
Um dado preocupante, pois o percentual de pessoas que usam o transporte público na cidade não é mais tão significativo. Nos anos de 1980 eram 70% da população, hoje, são apenas 55%.
Os pesquisadores reconhecem também a importância dos corredores de ônibus.
Mesmo movidos a diesel, combustível que hoje pelas novas normas de restrição de emissão, está menos poluente, mas que ainda é responsável por lançar materiais no ar, os ônibus conseguem substituir uma grande quantidade de carros de passeio.
Um ônibus convencional, que mede pouco mais de 12 metros de comprimento, transporta o equivalente a 40 carros de passeio, que ocupariam mais de 160 metros para o mesmo serviço. Vale lembrar que hoje é comum ver a maioria dos carros só com o motorista ou no máximo com mais um carona.
Além disso, no corredor, os ônibus possuem um desempenho melhor e velocidades maiores quando este corredor é melhor planejado, com segregação total dos demais veículos nas ruas e com pontos de ultrapassagem. Operando perto dos níveis máximo de eficiência, hoje os ônibus poluem menos.
Quando os corredores de ônibus possuem veículos com tecnologia limpa, como elétricos híbridos e os trólebus, totalmente elétricos e que não emitem nenhum poluente em sua operação, os ganhos ambientais ainda são maiores.
Para chegar aos resultados, os pesquisadores compararam duas greves de metrô que ocorreram em 2003 e 2006. Foram analisados os dias de paralisação e comparados com três dias antes e três dias depois.
Para que os dados fossem mais confiáveis, eles foram comparados com os “dias de controle” que captam variações meteorológicas.

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