Do estadão.com.br
O Diário Oficial do Estado (DOE), órgão de imprensa editado pelo governo estadual de São Paulo, recomendou que ciclistas não usem a bicicleta para se locomover no trânsito da capital paulista. A recomendação faz parte de reportagem que saiu hoje com destaque na primeira página da publicação, intitulada “Mais ciclistas, mais acidentes”. Segundo o texto, 3,4 mil ciclistas foram internados nos hospitais estaduais no ano passado, o que gerou custo de R$ 3,2 milhões ao governo.
A reportagem ouviu apenas um especialista, o chefe do grupo de trauma ortopédico do Hospital das Clínicas (HC), Jorge dos Santos Silva. O médico afirmou que não é recomendado que ciclistas pedalem no trânsito de São Paulo. Pedalar, segundo ele, “é uma opção segura de lazer em cidades menores, parques públicos e em ciclovias (sic) instaladas na capital, aos domingos.” A recomendação também aparece com destaque na legenda da foto, que mostra um ciclista pedalando em uma rua paulistana.
De acordo com o médico, nesses seis primeiros meses de 2012, houve quase tantas internações de ciclistas acidentados no HC do que em todo o ano passado inteiro, o que seria um reflexo do aumento no número de bicicletas no trânsito da cidade. Outra parte da matéria traz recomendações atribuídas à Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) para que o leitor “não seja a próxima vítima”. Uma delas diz que “o tráfego em avenidas, apesar de permitido, é prática pouco segura para o ciclista.”
A bicicleta é um dos veículos autorizados a circular sobre as vias urbanas e rurais pelo Código de Trânsito Brasileiro. A legislação federal diz que os ciclistas têm preferência sobre os veículos automotores e estipula dois tipos de multas diferentes para os motoristas que não respeitam a bicicleta: deixar de guardar a distância lateral de 1,5 m ao passar ou ultrapassar bicicleta (infração média) e deixar de reduzir a velocidade do veículo de forma compatível com a segurança do trânsito ao ultrapassar ciclista (infração grave).
Essa mesma lei diz que é dever dos órgãos do poder Executivo, incluindo os estaduais, planejar e promover o desenvolvimento da circulação e da segurança de ciclistas.
Bandeirantes. O governo estadual enviou uma nota no início da noite e informou que é “absolutamente favorável à ampliação do uso de bicicletas na capital e em todo o Estado, não só para lazer como também para trabalho” e que a opinião do ortopedista não reflete o que pensa a administração. Segundo a nota, prova disso são os esforços “já realizados ou em curso para aprimorar a oferta deste tipo de transporte à população” de São Paulo.
Entre os exemplos citados pelo governo, estão a ampliação da ciclovia do Rio Pinheiros, inaugurada em fevereiro, e a operação de ciclovias e bicicletários ao longo das linhas de metrô e de trem. Além disso, o governo afirmou que vai construir uma ciclovia de 13 quilômetros até 2014 que vai ligar oito municípios da Região Metropolitana de São Paulo.
Comentário Setorial
A ciclovia paralela ao rio Pinheiros citada na reportagem deve ser a mais fétida e insalubre do mundo. De um lado o rio poluído exalando gases, no meio a ferrovia e do outro lado a Marginal Pinheiros, com automóveis soltando todo tipo de poluição. Não dever ser um local recomendado para pedalar. Fizeram a ciclovia num local inadequado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário