Número de agressões em estações e composições disparou. Segundo Delegacia de Polícia do Metrô, lotação, pressa e estresse são os principais motivos
ADAMO BAZANI – CBN
Do Blog Ponto de Ônibus
A carência de mais linhas de metrô combinadas com corredores eficientes de ônibus e a forma como tem se expandido a rede metroviária em São Paulo, que acaba concentrando mais pessoas nas estações que já saturadas em vez de dividirem a demanda têm causado não só problemas nos transportes, mas também representam risco à integridade física dos passageiros.
Dados da Delpom – Delegacia do Metropolitano, divulgados em reportagem assinada por Rafael Italiani, do Agora São Paulo, revelam que o número dos casos de lesão corporal dolosa, ou seja, aquela cometida com intenção, subiu 31% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2011. Em números absolutos, foram 178 casos de janeiro a junho de 2012 contra 135 neste intervalo do ano passado.
A lesão corporal dolosa não engloba casos como esbarrões e quedas por atrito sem querer. São ações provocadas com intenção pelos passageiros contra as pessoas que dividem os trens, as estações e plataformas.
As pessoas da mesma forma que no trânsito lutam por espaço, no metrô fazem a mesma coisa, só que com agressão direta.
O repórter ouviu o pesquisador do Instituto de Medicina Comportamental da Unifesp, Ricardo Monezi, que atribuiu ao nervosismo causado pelos serviços não prestados de forma adequada como a principal causa das agressões.
“O passageiro nervoso tem um instinto mais primitivo para forçar a entrada (nas composições), causando briga. É quase um ringue de MMA” – disse o estudioso.
O delegado titular da Delpom – Delegacia do Metropolitano, Valdir Rosa, concorda e diz que a principal razão de os passageiros estarem “mais violentos” é o excesso de lotação.
Também de janeiro a junho deste ano em relação à igual período do ano passado, a demanda de passageiros no Metrô subiu 20% e nos trens da CPTM – Companhia Paulista de Trens Metropolitanos a alta foi de 14,5%.
A quantidade de passageiros do Metrô no primeiro bimestre de 2011 foi de 523,2 milhões contra 628 milhões em 2012. A CPTM transportou no período de 2011, 328,3 milhões de pessoas e neste ano, 376 milhões.
O número de lesões corporais culposas, ou seja, sem intenção, também cresceu no primeiro semestre. Foram 45 casos contra 39 em relação à igual período do ano passado, o que significa alta de 15%.
A situação em que se encontra o metrô em relação à lotação é o principal empecilho para as pessoas deixarem o carro em casa. O sistema é rápido e os trens são limpos, mas a malha é limitada, sobrecarregada e não recebe uma complementação necessária com serviços de ônibus.
BOA NOTÍCIA QUANTO AOS ROUBOS:
Se os passageiros estão mais nervosos e violentos no metrô por causa da lotação, a criminalidade reduziu, de acordo com a delegacia.
Os casos de roubo, quando a vítima é ameaçada, agredida ou rendida, passaram de 117 no primeiro bimestre de 2011 para 86 no período deste ano, o que representa uma queda de 26,49%. Já os furtos, ou seja, sem intimidação da vítima, caíram 52,22%, passando de 1 mil 620 casos contra 774 também comparando o primeiro bimestre de 2011 com o de 2012.
O delegado-titular da Delpom – Delegacia do Metropolitano, Valdir Rosa, atribui a queda ao número maior de agentes de segurança, policiais e câmeras nas estações.
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