Fonte: Revista Ferroviária
A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos
(CPTM) foi condenada, em primeira instância, a pagar R$ 30 mil a uma passageira
ferida num dos piores acidentes da empresa, ocorrido em 12 de julho do ano
passado. Dois trens colidiram na Estação Palmeiras-Barra Funda e 42 pessoas
ficaram feridas. À Justiça, a defesa da companhia alegou ter ocorrido "queda de
sistema de energia" que abastece a Linha 7-Rubi, mas publicamente foi alegado
ter ocorrido "falha humana".
Na sentença, a juíza Cláudia Maria Pereira
Ravacci argumentou que "a manutenção do sistema de energia elétrica que abastece
os trens da companhia não se pode dizer estranha à organização do negócio" e
responsabilizou a empresa por dano moral causado à usuária.
A magistrada relatou que, durante a audiência
de conciliação, no fim de junho deste ano, a defesa da CPTM, feita pela advogada
Luciana Pinheiro Gonçalves, afirmou que, com a queda de energia, "a velocidade
do trem (que bateu na composição parada) caiu e ficou inoperante ao não obedecer
aos comandos do maquinista".
A poucos dias de o acidente completar um ano,
surge no processo uma nova versão para suas causas. A CPTM sempre divulgou outra
explicação para a colisão entre as duas composições, na qual alegava que o
culpado pelo acidente havia sido o maquinista, que foi demitido.
Logo depois do acidente, o secretário estadual
dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, havia sustentado que "não
houve falha mecânica" e que a causa do acidente estaria "no terreno humano".
Procurada, a CPTM ainda mantém essa versão. Em nota, a empresa informou que uma
sindicância concluiu que o acidente "foi provocado por falha humana" e, "em
cumprimento aos procedimentos normativos, a CPTM desligou o empregado que
conduzia o trem".
Sobre a defesa apresentada pelo Departamento
Jurídico, a CPTM informou que "houve erro na argumentação". Além disso, a
empresa alegou estar "apurando o caso internamente para tomar as providências
cabíveis".
Outro acidente que levou a ações de indenização
da Justiça foi a colisão entre dois trens do Metrô de São Paulo, em maio, na
Linha 3-Vermelha. Só pelo escritório do advogado Ademar Gomes, 82 passageiros
pedem ressarcimentos à empresa por danos morais ou materiais.
No choque, entre as Estações Penha e Carrão,
algumas pessoas tiveram fraturas e escoriações. Segundo Gomes, esse tipo de
processo costuma demorar de dois a três anos.
Em primeira instância, muitos casos são
finalizados em um ano, mas, como o Metrô tem obrigação de recorrer da decisão a
outras instâncias, o prazo se estende.
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