Autor: Fernando Brito
Os documentos que o Estadão reproduz hoje, informando terem sido enviados pela Procuradoria da França e pelo Ministério Público de Genebra aos investigadores brasileiros do Caso Alstom, tratando de pagamentos pelo favorecimento da empresa em São Paulo,já eram conhecidos das autoridades brasileiras há quase seis anos.
Tudo foi publicado em uma matéria do Wall Street Journal.
E todos os nomes ali mencionados são mais do que sabidos.
O trecho em que dois executivos da empresa tratam da conversa mantida com Yves Grandjean – vice-preseidente de Sistemas de Transmissão da Alstom – de que “levando em consideração as remunerações elevadas GA T and D (Mahler) deve receber o aval da sede: Bilger via E. Dé” é de tradução muito simples.
Quer dizer que a unidade da Alston (Transmission & Distribution) e possivelmente Robert Philippe Mahler, diretor da empresa , deveriam ter a aprovação do presidente mundial da empresa, Pierre Bilger (este da foto, morto em 2011), através do (ou da) vice-presidente internacional Etienne Dé.
Resta apenas o GA, que pode ser uma simples inversão, como se faz em francês de AG, Aktiengesellschaft, Sociedade Anônima em alemão.
Bilger – em cuja gestão ocorreu a maior parte dos escândalos de corrupção mundial da Alstom – tinha trânsito fácil no Brasil, onde esteve por pelo menos duas vezes: em 1999 e em 2001, quando foi recebido pelo próprio Fernando Henrique Cardoso, então presidente da República.
No ano de 1998, a Alstom foi a única concorrente na licitação que concedeu, por 23 anos, a construção e exploração da unidade um da Usina de Candiota III , no Rio Grande do Sul, promovida pela Aneel.
Fernando Henrique deve saber bem como a corrupção promovida pela Alstom era de bagrinhos , “de funcionários”, como disse ontem em sua entrevista.
Tanto que os grandes tubarões andaram por aqui.
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