sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

MP dá chance a taxistas para apresentarem estudo sobre corredores de ônibus

por 

ônibus
Ônibus em São Paulo. Promotor Maurício Ribeiro Lopes deu prazo para taxistas apresentarem estudo que convença o Ministério Público e a Prefeitura que os veículos não atrapalham os ônibus nos corredores. Foto: Adamo Bazani
MP dá prazo para taxistas apresentarem estudo sobre corredores de ônibus
Em audiência nesta sexta-feira, promotor diz que categoria tem até o dia 28 de fevereiro para convencerem que os táxis não atrapalham o transporte coletivo
ADAMO BAZANI – CBN
Colaborou Joyce Ribeiro – CBN
Os taxistas ganharam mais uma chance para tentar permanecer circulando pelos corredores de ônibus da Capital Paulista.
Em audiência nesta sexta-feira, com a participação de sindicatos de taxistas, representantes da CET – Companhia de Engenharia de Tráfego, da SPTrans –São Paulo Transporte (gerenciadora dos serviços de mobilidade da Capital Paulista) e técnicos do setor, o promotor Maurício Ribeiro Lopes, de Habitação e Urbanismo, do Ministério Público Estadual de São Paulo, deu um prazo para que as entidades que representam os motoristas de táxis apresentem um estudo que possa comprovar que a presença dos veículos não atrapalha a operação dos ônibus corredores exclusivos, que ficam à esquerda da via.
Os taxistas têm até a próxima quinta-feira, dia 30 de janeiro, para apresentarem um contrato com uma ou mais empresas independentes que vão realizar o estudo.
O trabalho deve ficar pronto e ser apresentado ao Ministério Público até o dia 28 de fevereiro.
No final do ano passado, o promotor Maurício Ribeiro Lopes, deu para a prefeitura de São Paulo prazo até o dia 02 de fevereiro para proibir o tráfego de táxis nos corredores.
São Paulo possui dez corredores de ônibus, sendo que apenas um, o Expresso Tiradentes, não permite a entrada de outros veículos pelo fato de ser realmente separado para ônibus. Os demais corredores, em muitos trechos, não passam de simples faixas à esquerda.
Ainda em 2013, a prefeitura de São Paulo apresentou três estudos ao Ministério Público. Um realizado pela CET – Companhia de Engenharia de Tráfego, outro pela SPTrans – São Paulo Transporte e um terceiro feito por uma empresa terceirizada.
Todos comprovaram que a presença de táxis nos corredores, principalmente perto das paradas e pelo entra e sai destes veículos nos espaços, atrapalha os ônibus.
Sem os táxis, de acordo com os levantamentos, a velocidade dos ônibus seria 25 por cento maior. Ainda segundo os estudos, os táxis transportam apenas um por cento do total de pessoas que passam pelos corredores. Assim, ainda pela conclusão, os táxis beneficiam uma pequena quantidade de pessoas e deixam mais demoradas as viagens de 99 por cento dos passageiros.
Hoje, a velocidade média nas faixas de ônibus à direita é de 26 quilômetros por hora e nos corredores é de aproximadamente 16 quilômetros por hora.
Pelas faixas, é proibido o tráfego de táxis.
Os taxistas dizem que a velocidade dos ônibus é baixa pela estrutura inadequada dos corredores, que não permitem, por exemplo, pontos de ultrapassagem.
Eles afirmam ainda que os táxis ajudam na mobilidade urbana, já que são usados por pessoas que deixam o carro em casa e dificilmente usariam transporte público.
Na última quarta-feira, dia 22 de janeiro, no CBN São Paulo, apresentado pela âncora Fabíola Cidral, e produzido pela jornalista Gabriela Gonçalves, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, fez uma das declarações mais incisivas sobre o assunto.
“Na minha opinião corredor deveria ser só para ônibus, sem outros veículos como táxis. É assim em diversas cidades no mundo”- disse Haddad.
O prefeito da Capital Paulista, no entanto, afirmou que independentemente de sua opinião, o assunto é ainda discutido e não há nada decidido por parte do poder público municipal.
Em relação às faixas, Haddad disse que em algumas, os táxis não trariam impactos negativos para a velocidade dos ônibus.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário