Ônibus híbrido pode ser usado em corredores de São Bernardo do Campo
Cidade vai investir em espaços exclusivos para ônibus, inclusive com recursos do PAC, e tenta fazer com que parte das operações destes corredores seja com tecnologia limpa
ADAMO BAZANI – CBN
A cidade de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, quer ser multimodal.
Além de já ter o Corredor Metropolitano ABD, operado pela Metra, e que liga por ônibus e trólebus o bairro do Jabaquara, na zona Sul de São Paulo, ao de São Mateus, na zona Leste, passando por parte do ABC Paulista, há outros projetos de mobilidade para o município da região.
Um monotrilho deve ligar inicialmente a região central da cidade ao bairro Bom Pastor, em Santo André, São Caetano do Sul, com término na estação Tamanduateí, de trens da CPTM e Metrô, na Capital Paulista.
O monotrilho e as linhas municipais devem ser interligadas por uma rede de corredores de ônibus.
No total, são 12 corredores que devem ficar prontos até 2014, de acordo com a prefeitura de São Bernardo do Campo.
O principal corredor deve ser o Leste / Oeste, que com cerca de 20 quilômetros de extensão, deve ligar a Praça dos Bombeiros até a rodovia dos Imigrantes.
Os demais corredores devem beneficiar outras vias importantes de São Bernardo, como Estrada do Alvarenga, Avenida João Firmino e Avenida Senador Vergueiro, que deve contar com faixas em vez de corredores separados do trânsito.
Os recursos para as obras vêm de uma série de fontes: prefeitura, Orçamento Geral da União, PAC – Programa de Aceleração do Crescimento – da Mobilidade e de um aporte de US$ 125 milhões do BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento, que já recebeu as propostas e faz estudos para a liberação dos recursos.
Os corredores municipais em São Bernardo do Campo devem somar 67 quilômetros. O Governo Federal também deve avalizar o financiamento pedido ao BID, o que deve ocorrer até setembro.
PROPOSTA ECOLÓGICA:
Além de permitirem melhor fluidez dos veículos que atendem a maior parte da população em menos espaço urbano, ou seja os ônibus, os corredores também trazem vantagens ecológicas para as cidades.
Pelo fato de os ônibus poderem circular com mais rapidez, eles se tornam atraentes para parte da população que considera deixar o carro em casa, diminuindo assim o excesso de veículos e suas conseqüências, como o trânsito e poluição.
Nos corredores os ônibus conseguem fazer mais viagens e podem ser usados modelos maiores, como articulados e até biarticulados, o que significa que podem ser atendidas mais pessoas mesmo com uma redução da frota de ônibus.
O secretário municipal de transportes de São Bernardo do Campo, Oscar Silveira, que participou nesta terça-feira dos testes de um modelo elétrico híbrido, disse que a redução da frota da cidade com os corredores deve ser representativa, passando dos atuais 380 ônibus para 300 aproximadamente.
Operando em maior velocidade, os ônibus tendem a poluir menos que no para e anda dos congestionamentos.
Mas ainda assim, há possibilidade de o corredor trazer ainda mais vantagens para os pulmões das pessoas pelo uso de veículos com tecnologia limpa, como trólebus e ônibus elétricos híbridos.
No ABC, o corredor operado pela Metra, já conta com veículos deste tipo. A operadora garante que a redução dos poluentes lançados no ar é significativa. A Metra é do mesmo grupo da Eletra, empresa especializada em tecnologia elétrica não poluente para ônibus. A Eletra desenvolveu e colocou em operação comercial, o primeiro ônibus elétrico híbrido do Brasil, que começou a circular pelo corredor em 1997.
Outra empresa que produz elétricos-híbridos é a Volvo, que trouxe a solução da Suécia, e montou a linha de produção no Brasil, na planta de Curitiba, no Paraná.
Os ônibus começaram a ser feitos este ano. As cidades de Curitiba e de São Paulo, em setembro devem ter já as primeiras unidades em circulação.
Um modelo do ônibus, importado da Suécia, é testado em São Bernardo. A cidade deve usar a solução híbrida em parte dos novos 12 corredores.
O consórcio operador da cidade, SBCTrans, tem como participação majoritária o grupo que controla a Metra e a Eletra, produtora de híbridos.
Nesta terça-feira, dia 31 de julho de 2012, o secretário de transportes de São Bernardo do Campo, Oscar Silveira, técnicos da SBCTrans, da Volvo e da ETCSBC – Empresa de Transportes Coletivos de São Bernardo do Campo, gerenciadora do sistema municipal, participaram dos testes do ônibus sueco.
O veículo funciona com dois motores: um a combustão, podendo ser abastecido com diesel S 50 (com menos partículas de enxofre) ou biocombustível, e outro motor movido a energia elétrica.
O funcionamento dos motores se dá de forma individual ou paralela.
A partida e a movimentação do ônibus até aproximadamente 20 quilômetros por hora de velocidade são proporcionadas pelo motor elétrico. É justamente nestes momentos que os ônibus convencionais mais poluem e fazem barulho.
A partir de 20 quilômetros por hora, o ônibus é movido pelo motor a combustão.
Esse motor, além de fazer o veículo se movimentar gera energia que é captada pelas baterias armazenadoras que fornecem a energia para o motor elétrico.
Sendo assim, o ônibus dispensa a necessidade do plug in, ou seja, ele não precisa ser ligado a uma fonte externa de energia elétrica.
A energia excedente gerada pelas freadas dos ônibus também é aproveitada pelo princípio da frenagem regenerativa, tecnologia aplicada nos carros da Fórmula 1, por exemplo.
Quando o ônibus para nos pontos, semáforos ou em qualquer outra situação, o motor a combustão se desliga e entra em operação na retomada da circulação a tração elétrica.
A redução dos níveis de poluentes varia de 50% a 90%, dependendo do material lançado no ar. A queda de consumo de diesel pode chegar até 37%, de acordo com a fabricante Volvo.
O nível de ruído para os passageiros também é menor.
O elétrico híbrido ainda polui mais que os trólebus e é mais caro também. Uma das vantagens do modelo é a flexibilidade que independe da rede área de fios.
O secretário de transportes de São Bernardo, Oscar Silveira, declarou que inicialmente a proposta era para os corredores serem de trólebus, mas a manutenção da rede aérea e a falta de flexibilidade fizeram a prefeitura estudar outras alternativas.
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