O monotrilho da linha 18-bronze do Metrô de São Paulo, que vai ligar a zona leste da capital ao ABC, tem pela frente no seu traçado, entre outros obstáculos, linhas elétricas de alta tensão em seis lugares.
O trem ainda irá cortar bairros residenciais e desapropriar dois campos de clubes de futebol tradicionais, um deles reformado recentemente por R$ 2 milhões.
As informações estão no EIA-Rima (estudo de impacto ambiental) apresentado pelo Metrô para obter o licenciamento ambiental prévio da obra -ele cita o caso das torres de energia como importante interferência na infraestrutura urbana no ABC.
Como o trem vai circular a uma altura média de 20 metros em todo o trajeto, é impossível que a nova construção e as torres de alta tensão dividam o mesmo espaço.
Os impactos da obra, que deverá ficar pronta, na primeira fase, em 2015, preocupam moradores de São Bernardo do Campo há um ano. A estação Baeta Neves, por exemplo, está projetada sobre a torre de um condomínio de alto padrão, recém-entregue aos compradores. O estudo inicial errou ao apresentar a área como desocupada.
Os moradores da região que temem pelo barulho do futuro trem também não estão totalmente errados, indica o estudo. O texto cita a necessidade de que sejam feitos, pelo governo, constantes programas de monitoramento do barulho do monotrilho.
Outros dois problemas são as possíveis desapropriações do Lavínia Esporte Clube e do Triângulo Esporte Clube. A sede do Lavínia acaba de ser reformada. No ano passado, o próprio prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), inaugurou o centro esportivo. A prefeitura investiu mais de R$ 2 milhões na reforma.
No total, estima o estudo de impacto ambiental, vão ser desapropriados 203 mil m². Quase 40% da área é classificada como residencial.
Outro Lado
Por meio de nota, o Metrô informa que “as informações preliminares não podem ser tomadas como definitivas” e que apenas no projeto executivo é que as desapropriações e a solução para as linhas de transmissão de energia serão totalmente definidas.
Mudanças radicais no EIA-Rima, no entanto, podem exigir um novo processo de licenciamento ambiental. Toda a linha será construída por meio de uma parceria público-privada. As propostas dos consórcios interessados na obra é que terão peso decisivo no trajeto, desapropriações e locais de estações.
Fonte: Folha de S. Paulo, Por Eduardo Geraque
Nenhum comentário:
Postar um comentário