A cidade de Guarujá, no litoral de São Paulo, receberá um aeroporto civil de porte médio até a Copa do Mundo, em 2014. Depois de três anos de negociação, a Força Aérea Brasileira (FAB) oficializa amanhã a cessão de uma área à Prefeitura. Com a titularidade do terreno, o município abrirá licitação para construção e operação privada do aeroporto. O investimento inicial previsto é de R$ 80 milhões e a capacidade será para 500 mil passageiros/ano. Pelo cronograma, o edital da concorrência será lançado até março de 2013.
“Esperamos que no início do segundo semestre de 2013 já tenhamos uma empresa ou grupo vencedor”, afirma Dário de Medeiros Lima, assessor estratégico da Prefeitura e chamado em 2009 especificamente para auxiliar o município no desenvolvimento conceitual do projeto. Ele é do Rio, onde se especializou em tocar projetos desse tipo.
A área cedida via arrendamento à Prefeitura de Guarujá tem 275 mil metros quadrados, quase 10% do terreno total sob jurisdição da Aeronáutica na cidade, que é de 2,780 milhões de metros quadrados. Hoje no complexo existem edificações administrativas da base aérea, instalações como hospital de base, igreja, alojamentos militares, garagem, área de abastecimento, pátio de aeronaves, torre de controle e a pista da FAB.
O novo aeroporto usará a pista da FAB, que tem 1.390 metros extensão e 45 metros de largura. “É mais do que o aeroporto de Santos Dumont, no Rio, por exemplo. Atenderá perfeitamente a questão metropolitana da Baixada Santista”, diz Lima.
O aeroporto terá capacidade para até quatro aeronaves estacionadas simultaneamente, sendo uma fazendo operação de saída ou entrada. A área terá estacionamento, pátio de aeronave, via de acesso e um terminal que ocupará 5 mil metros quadrados de terreno.
Segundo Lima, o empreendimento estará operacional para a Copa do Mundo, pois poderá ser construído de forma modular. Além disso, as obras são mais de pavimentação do que de edificação, consideradas, portanto, de baixo impacto. “É claro que a Copa do Mundo é uma forma de a empresa vencedora amortizar o investimento e ter um retorno mais rápido”, disse. Guarujá e Santos são cidades subsedes do evento, o que deverá incrementar o fluxo de visitantes à região.
A ideia de um aeroporto civil em Guarujá é antiga, mas as discussões se intensificaram na última década. Há três anos o Executivo de Guarujá elegeu o aeroporto como um dos projetos estruturantes da Baixada Santista.
No meio do caminho a Petrobras acenou com a necessidade de ter um espaço na base aérea da FAB para fazer as operações logísticas das plataformas de exploração de óleo e gás na bacia de Santos. E apontou como ideal a região originalmente pleiteada pela Prefeitura. A solução foi identificar um novo local no complexo da Aeronáutica para fazer o aeroporto.
Como o terreno alternativo está degradado, a Petrobras entrou com a contrapartida de bancar o licenciamento ambiental para a Prefeitura, explica Lima. Também a petrolífera compartilhará a pista de pouso e decolagem da FAB – hoje usada para fins militares e para atender autoridades, sendo liberada eventualmente para uso civil.
Já foi dada entrada na Cetesb, o órgão ambiental do Estado de São Paulo responsável pelo licenciamento ambiental. “A vocação da região, principalmente de Guarujá, sempre foi turística. Com o pré-sal, abre-se para o turismo de negócios também. Não se pensa em colocar aqui cargueiros”, afirma Lima.
FONTE: Valor Econômico (reportagem de Fernanda Pires), via
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