AUTOR: RENATO LOBO
No ano de 2015 completam 31 anos em que São Paulo jogou fora o que poderia ser hoje a possibilidade da maior capital brasileira ter uma rede de VLT, em tempos que se discute muito a mobilidade do município onde a sociedade passa a enxergar o óbvio: a solução para o transito esta no transporte público.
Talvez uma das linhas mais emblemáticas seria o bonde de Santo Amaro, a a linha 101-Santo Amaro-Biológico. De acordo com um artigo do arquiteto e urbanista Ayrton Camargo, a linha servia como uma ferrovia, “possuía um itinerário todo retilíneo, direto, entre o atual Instituto Biológico, na Vila Mariana, e Largo 13 de Maio, em Santo Amaro. Com a urbanização da região vizinha a essa ferrovia, seu traçado foi transformado nas atuais avenidas Ibirapuera e Vereador José Diniz. Seus trilhos eram assentados sobre dormentes aparentes, os bondes só realizavam o embarque e desembarque de passageiros em paradas específicas e nos cruzamentos ele tinha prioridade de passagem. Alguns possuíam até cancelas”.
De acordo ainda com o artigo, os bondes operavam com velocidades entre as paradas superiores a 80 km/h. Nela operavam 25 veículos que transportavam diariamente 40 mil usuários, que, em pouco mais de uma hora, saiam de Santo Amaro e chegavam ao centro da cidade.
A linha de Santo Amaro foi desativada em 27 de março de 1968, sendo a última linha de bondes de São Paulo em nome do “progresso” ou da industria rodoviarista. Atualmente está em construção a expansão da Linha 5 do Metrô. Ela passa paralela à antiga linha de bondes, e em alguns trechos ela passa por onde passava a linha, como o caso da estação Adolfo Pinheiro, onde inclusive existem trilhos e dormentes originais da época encontrado durante as obras, e que estão em exposição.
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