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Qualidade do ar: Problema deveria ser levado mais a sério
Medidas de redução de consumo de água, por causa da ausência de chuva, e transporte público são essenciais para evitar maiores problemas
ADAMO BAZANI – CBN
Foi-se o tempo que pela manhã o ar era mais “fresquinho” e o clima mais gostoso.
Para se ter uma ideia, às 5h44 da manhã desta quinta-feira, 03 de julho de 2014, os termômetros de rua na Avenida Paulista, região alta da cidade de São Paulo, marcavam 19 graus e qualidade do ar ruim.
Os principais motivos para este quadro atualmente são o excesso de veículos e a falta de chuva, de acordo com especialistas.
Há 25 dias não chove significativamente na Capital Paulista e na Grande São Paulo, o que dificulta a dispersão de poluentes.
E se há necessidade de dispersão é porque há geração de poluentes.
Nas cidades, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente, os veículos são responsáveis por 75% ao menos das emissões de gases e materiais particulados prejudiciais à saúde.
De acordo com estudos do professor Paulo Saldiva, médico do Laboratório de Poluição Atmosférica da USP – Universidade de São Paulo, ao menos 4 mil pessoas por ano morrem na Capital Paulista por problemas de saúde causados pela poluição.
E existe um conjunto de soluções para que cidades como São Paulo possam ter a poluição reduzida não só para garantir a qualidade de vida, mas para evitar mortes.
Todas estas soluções precisam ter como foco principal a diminuição da quantidade de veículos nas ruas.
Os investimentos em transportes coletivos devem ser urgentes e sérios. Todos sabem que transporte público dá voto. Mas vidas estão se perdendo.
É uma crueldade investir recursos enormes em obras pontuais, só porque são diferentes, novas e chamam a atenção, sendo que toda a cidade precisa de soluções que atendam cada região. Assim, concentrar a demanda em poucos modais ou eixos-tronco é uma solução extremamente ultrapassada.
Os transportes com qualidade e prioridade devem chegar a toda cidade. E por isso que os corredores de ônibus são considerados ideais.
Com eles, é possível deixar os transportes públicos eficientes e atraentes em locais onde uma obra de metrô demoraria para chegar ou mesmo seria tecnicamente impossível.
Modais muito caros, mas que não conseguem atender uma quantidade de pessoas que justifique o custo das obras e da operação, também é negligenciar a urgência do problema real e pensar apenas eleitoralmente: pessoas estão morrendo por causa da qualidade do ar.
Essa é outra vantagem dos corredores de ônibus: a implantação é mais rápida.
Os investimentos em corredores de ônibus, hoje mais modernos, com estações de embarque e desembarque, além terem operações informatizadas, não excluem a necessidade e a possibilidade da importante expansão da malha de metrô, mas metrô de verdade, de alta capacidade. Afinal, a sociedade merece que seus recursos, vindos dos impostos, sejam investidos com respeito e inteligência.
Mas além do transporte público, outras soluções não podem ser dispensadas.
Uma delas é a descentralização da oferta de emprego, renda e educação. Não faz mais sentido obrigar o cidadão a cruzar toda a cidade para ter acesso a condições básicas de ganho e crescimento.
Com a descentralização, os corredores de ônibus também são soluções. As estruturas poderiam ser mais simples, mais baratas e contribuírem para a qualidade dos transportes entre os bairros residenciais e centros locais de indústria e, principalmente, comércio.
Os meios não motorizados, como bicicleta e caminhadas, devem ser estimulados, mas não apenas no discurso, mas com condições de fato. Parece irônico os governantes falarem de mobilidade, sendo que não consertam as calçadas, onde muita gente se machuca por causa de quedas e torções.
O termômetro da Paulista (e de tantos outros lugares) só dá uma pequena noção do que os pulmões estão sofrendo. E a vida não pode esperar promoções políticas.
Medidas de redução de consumo de água, por causa da ausência de chuva, e transporte público são essenciais para evitar maiores problemas
ADAMO BAZANI – CBN
Foi-se o tempo que pela manhã o ar era mais “fresquinho” e o clima mais gostoso.
Para se ter uma ideia, às 5h44 da manhã desta quinta-feira, 03 de julho de 2014, os termômetros de rua na Avenida Paulista, região alta da cidade de São Paulo, marcavam 19 graus e qualidade do ar ruim.
Os principais motivos para este quadro atualmente são o excesso de veículos e a falta de chuva, de acordo com especialistas.
Há 25 dias não chove significativamente na Capital Paulista e na Grande São Paulo, o que dificulta a dispersão de poluentes.
E se há necessidade de dispersão é porque há geração de poluentes.
Nas cidades, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente, os veículos são responsáveis por 75% ao menos das emissões de gases e materiais particulados prejudiciais à saúde.
De acordo com estudos do professor Paulo Saldiva, médico do Laboratório de Poluição Atmosférica da USP – Universidade de São Paulo, ao menos 4 mil pessoas por ano morrem na Capital Paulista por problemas de saúde causados pela poluição.
E existe um conjunto de soluções para que cidades como São Paulo possam ter a poluição reduzida não só para garantir a qualidade de vida, mas para evitar mortes.
Todas estas soluções precisam ter como foco principal a diminuição da quantidade de veículos nas ruas.
Os investimentos em transportes coletivos devem ser urgentes e sérios. Todos sabem que transporte público dá voto. Mas vidas estão se perdendo.
É uma crueldade investir recursos enormes em obras pontuais, só porque são diferentes, novas e chamam a atenção, sendo que toda a cidade precisa de soluções que atendam cada região. Assim, concentrar a demanda em poucos modais ou eixos-tronco é uma solução extremamente ultrapassada.
Os transportes com qualidade e prioridade devem chegar a toda cidade. E por isso que os corredores de ônibus são considerados ideais.
Com eles, é possível deixar os transportes públicos eficientes e atraentes em locais onde uma obra de metrô demoraria para chegar ou mesmo seria tecnicamente impossível.
Modais muito caros, mas que não conseguem atender uma quantidade de pessoas que justifique o custo das obras e da operação, também é negligenciar a urgência do problema real e pensar apenas eleitoralmente: pessoas estão morrendo por causa da qualidade do ar.
Essa é outra vantagem dos corredores de ônibus: a implantação é mais rápida.
Os investimentos em corredores de ônibus, hoje mais modernos, com estações de embarque e desembarque, além terem operações informatizadas, não excluem a necessidade e a possibilidade da importante expansão da malha de metrô, mas metrô de verdade, de alta capacidade. Afinal, a sociedade merece que seus recursos, vindos dos impostos, sejam investidos com respeito e inteligência.
Mas além do transporte público, outras soluções não podem ser dispensadas.
Uma delas é a descentralização da oferta de emprego, renda e educação. Não faz mais sentido obrigar o cidadão a cruzar toda a cidade para ter acesso a condições básicas de ganho e crescimento.
Com a descentralização, os corredores de ônibus também são soluções. As estruturas poderiam ser mais simples, mais baratas e contribuírem para a qualidade dos transportes entre os bairros residenciais e centros locais de indústria e, principalmente, comércio.
Os meios não motorizados, como bicicleta e caminhadas, devem ser estimulados, mas não apenas no discurso, mas com condições de fato. Parece irônico os governantes falarem de mobilidade, sendo que não consertam as calçadas, onde muita gente se machuca por causa de quedas e torções.
O termômetro da Paulista (e de tantos outros lugares) só dá uma pequena noção do que os pulmões estão sofrendo. E a vida não pode esperar promoções políticas.
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