O governo irá contratar a empresa de consultoria Deloitte para implantar um novo modelo de gestão nas administrações dos portos públicos, por aproximadamente R$ 10 milhões.
O contrato será assinado nos próximos dias, disse ontem em Santos o ministro dos Portos, Antonio Henrique Silveira, que participou da solenidade de posse do novo presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Angelino Caputo e Oliveira.
Segundo o ministro, o grande desafio da modernização da gestão portuária brasileira – um dos pilares da nova Lei dos Portos, que completa um ano em junho – é, no longo prazo, diminuir as diferenças de eficiência em relação aos padrões dos melhores portos.
“A partir daí [da assinatura com a Deloitte], a gente traz a consultoria para dentro da empresa para implantação do modelo de gestão. Isso será importante para que, do ponto de vista de processo e de controle interno, a companhia se modernize”, disse Silveira.
A Deloitte venceu a licitação em janeiro. A modernização começará pela Codesp. Na sequência, virão a Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ) e a Companhia Docas do Pará (CDP), num total de nove portos públicos.
A Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa) participará do processo inicialmente como ouvinte, dentro da Codesp. O governo analisará se será necessário contratar nova consultoria para alterar a gestão das demais companhias docas e portos delegados.
Uma vez assinado o contrato, a consultoria terá seis meses para mapear e implantar os processos na Codesp, e outros seis meses para monitorar e fazer ajustes.
“O que precisa ser feito já aparece nos dois primeiros meses”, disse Caputo. De acordo com o novo presidente da Codesp, o trabalho é revisar e atualizar processos, entregando-os implantados.
“A gente mapeia processos existentes, compara com as melhores práticas do mundo, identifica o ‘gap’ e propõe melhoria”, afirmou Caputo. Segundo ele, podem sair recomendações para Receita Federal, praticagem, rebocagem, “todo mundo que estiver participando do processo recebe sugestão de melhoria. Vamos implantando e monitorando”.
Uma das principais inovações de gestão entrou em vigor neste ano. Os diretores da Codesp passaram a ter uma parte do salário variável, de acordo com o cumprimento de metas de desempenho.
A parcela variável começou representando 18% do salário dos diretores. Daqui para a frente, os novos reajustes dos dirigentes deverão atingir a parte variável do salário, até chegar a 50% do total. “Mostrando-se eficiente, esse modelo poderá pode ser expandido a outras empresas”, disse Caputo.
Caputo substituiu na direção da Codesp o engenheiro Renato Barco. Funcionário de carreira do Banco do Brasil, o novo presidente da companhia foi assessor especial da Casa Civil onde atuou na elaboração e implantação de propostas de avanço das administrações portuárias, no âmbito do novo marco regulatório.
Nos quase seis anos em que Barco esteve à frente da Codesp, o lucro líquido da estatal aumentou 104%, fechando 2013 em R$ 142 milhões. A movimentação de cargas no porto cresceu 37%, encerrando o ano passado com 114 milhões de toneladas.
Fonte: Valor Econômico, Por Fernanda Pires
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